quarta-feira, 24 de junho de 2009

Perfil das carteiras de fundos de pensão deve mudar

Manter a rentabilidade das carteiras virou um desafio para os fundos de pensão, em mais uma etapa da transformação da indústria de fundos, como sequela ao juro básico brasileiro de um dígito pela primeira vez na história. Aos gestores das entidades de previdência complementar, não há opções.

Para vencer a batalha, terão que correr mais riscos, conforme disse na semana passada o secretário de Previdência Complementar, Ricardo Pena. Isso implica assumir mais responsabilidade pelas decisões de investimento, destaca Thiago Vincoletto, supervisor nacional da área de serviços atuariais da BDO Trevisan.
"As equipes gestoras dos fundos terão de desenvolver sistemas de planejamento, de gerenciamento e de equalização de exposição a riscos muito mais eficientes para evitar deixar a descoberto o patrimônio dos participantes", afirma, enfatizando a ideia de que aplicações mais promissoras geralmente equivalem à exposição a riscos.

Vincoletto vê como fator positivo a nova realidade de juro básico próximo do de países mais desenvolvidos: "Teremos de aprender a gerir nossos fundos previdenciários de forma ainda mais equilibrada (...) a ordem é reaprender a investir bem".

Flexibilização
A discussão tem essa origem: com a Selic em 9,25% ao ano, a opção pelos títulos públicos pode não ser mais suficiente para atender a meta comum de 6% mais a variação da inflação (4,5%, a projetada para 2009). A migração para ativos mais rentáveis, contudo, passa por mudanças no arcabouço regulatório. Atualmente não é permitida a alocação de mais de 58% do capital em ações ou outras alternativas além da renda fixa.

Integrantes do Governo já discutem a possibilidade de autorizar uma exposição maior em investimentos com potencial mais elevado de retorno. O próprio Pena teria sugerido que a estratégia a ser adotada agora pelos fundos de pensão é focar em setores de infraestrutura, como construção civil e concessão de rodovias.

Balanço total
Ao todo o sistema de previdência complementar do Brasil responde por R$ 442 bilhões de ativos, divididos em diversas modalidades de planos. No ano passado, os fundos de pensão aplicaram R$ 416 bilhões, sendo R$ 275 bilhões (66,2%) em renda fixa e R$ 117 bilhões (28%) em renda variável. O setor de imóveis ficou com 3,1%.
Fonte: InfoMoney (23/06/2009)

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