quarta-feira, 21 de março de 2012

TIC: Ministro faz alerta sobre fim de contratos de concessão e sinaliza que cederá, como sempre, mesmo sabendo que as concessionárias foram ineficientes ao não saberem segurar seus clientes!


Ministro Paulo Bernardo: "Não é razoável chegar apenas a dois anos do término dos contratos para planejar o que fazer
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo federal deve planejar melhor, e antecipadamente, o que pretende fazer ao fim dos contratos de concessão do serviço de telefonia fixa, assinados durante o processo de privatização do setor de telecomunicações, em 1998. Mesmo sem mencionar as possíveis medidas que poderiam ser adotadas, o ministro reconheceu que o cenário futuro pode não ser nada favorável à União se as questões ligadas ao tema não forem debatidas desde agora.


"Não é razoável que o Estado brasileiro espere chegar a apenas dois anos do término dos contratos para começar a planejar o que fazer", afirmou Bernardo, ao sair de uma audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.


Boa parte das causas que podem levar o governo a enfrentar uma situação complicada ao fim dos contratos de concessão se deve ao fato de que, à época da privatização do sistema Telebras, a telefonia fixa era o serviço mais rentável do setor. No entanto, com o passar dos anos, o serviço de voz por rede fixa perdeu espaço para as novas plataformas que começaram a se firmar, baseadas principalmente na comunicação por dados e no acesso sem fio aos serviços.


Paulo Bernardo disse entender que a única forma de retomar parte das redes modernas que estão em posse das atuais concessionárias - especialmente a Oi, a Telefônica e a Embratel - é fazendo um acerto de contas, que poderia levar a União a pagar uma indenização bilionária pelos ativos.


A alternativa seria a prorrogação dos contratos. Ele já admite, assim como fez a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na semana passada, que o setor poderá passar pelo mesmo dilema vivido atualmente pelo setor elétrico no processo de renovação das concessões.


Na quinta-feira, o conselho diretor da Anatel recomendou à área técnica do órgão que não acatasse o pedido da Telefônica para desvincular bens da lista de patrimônio da concessão. Esse é outro ponto polêmico ligado à definição dos ativos que devem, ou não, ser devolvidos à União ao fim dos contratos.


O ministro afirmou que o serviço telefonia fixa das concessionárias perdeu 4,5 milhões de assinantes nos últimos quatro anos. Ele disse que a maioria desses clientes migrou para os serviços das prestadoras de telefonia fixa que atualmente atuam no regime privado, tais como a GVT e a Net Serviços. Com essas operadoras, os usuários não são obrigados a pagar a assinatura básica, cujo valor pode chegar a R$ 45 por mês, mesmo que o usuário não faça nenhuma chamada telefônica.


O ministro ressaltou que, além da rejeição à assinatura básica - criada para financiar a universalização do serviço fora dos grandes centros - os usuários se sentem atraídos pelos pacotes de multisserviços, que incluem conexão à internet em banda larga e TV por assinatura.
Fonte: Valor (20/03/2012)

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