terça-feira, 22 de maio de 2012

Fundos de Pensão: Troca de títulos do governo por debêntures (dívida corporativa) faz emissão destes dobrarem

As ofertas de debêntures cresceram 83% nos quatro primeiros meses do ano, na comparação ao mesmo período do ano passado 
Informação é da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima
Empresas brasileiras, lideradas por Oi SA e Camargo Corrêa SA, estão acelerando as emissões de debêntures para dar conta da demanda de fundos de pensão em busca de rendimentos acima dos títulos do governo para cumprir suas metas de remuneração.
As ofertas de debêntures cresceram 83 por cento nos quatro primeiros meses do ano, na comparação ao mesmo período do ano passado, para R$ 22,9 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima. Outras 19 empresas planejam vender dívida no mercado local, somando R$ 10,2 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central já cortou a taxa básica de juros, Selic, em 3,5 pontos percentuais desde agosto, para 9 por cento ao ano, estimulando uma queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro. Os títulos de dívida de empresas responderam por 4,8 por cento dos R$ 350 bilhões que os fundos de pensão investiram em renda fixa no último ano, de 2,1 por cento em 2007, segundo a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada, Abrapp..
“A queda da Selic força os fundos a procurarem maior exposição a risco para cumprir as metas atuariais”, disse Maurício Marcellini, diretor de investimentos da Fundação dos Economiários Federais, a Funcef, que possui R$ 48 bilhões sob administração. “Agora, as carteiras têm um maior apetite por risco em dívida corporativa.”
Desde o início dos cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central em agosto, o rendimento das Letras do Tesouro Nacional com vencimento em 2013 caiu 335 pontos-base, ou 3,35 pontos percentuais, para 7,9 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os títulos de dívida locais normalmente são atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário ou ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que, acumulado em 12 meses até abril, era de 5,1 por cento.
"Incompatíveis"
Os contratos de juros futuros indicam que os operadores esperam que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reduza a Selic dos atuais 9 por cento ao ano para o menor patamar histórico, de 8 por cento até julho. Em 3,9 por cento, o juro corrigido pela inflação no Brasil é o segundo maior dentro do Grupo dos 20, só atrás do da Rússia.
A presidente Dilma Rousseff declarou em 15 de maio que os juros brasileiros são “incompatíveis” com o resto do mundo e um dos maiores obstáculos ao crescimento econômico. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central de março, divulgado em 18 de maio, teve uma contração inesperada de 0,35 por cento, após ajuste sazonal.
De acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional, a economia no Brasil vai se expandir 3 por cento este ano, menos do que na Rússia, Índia ou China, os outros países do chamado BRIC, Em 2011, o produto brasileiro cresceu 2,7 por cento.
Fundos de investimento despejaram R$ 509 milhões em títulos de dívida de empresas e instituições financeiras no primeiro trimestre de 2012, um aumento de 4,5 por cento em relação ao fim de 2011, de acordo com a Anbima. As aplicações em dívida pública subiram 3,6 por cento no mesmo período, enquanto os investimentos em ações deram um salto de 8,8 por cento. 

Fonte: Blomberg/Exame.com (21/05/2012)

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