sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Fundos de Pensão: Postalis (Fundo dos Correios) diz que investigará perdas milionárias apontadas pela SEC


O Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios e Telégrafos, informou nesta quinta-feira que vai “apurar os fatos e tomar as providências cabíveis” após reportagem do Valor informar que a SEC está processando dois ex-corretores que operavam em Miami e cobraram taxas excessivas da entidade.
De acordo com a reguladora dos mercados dos Estados Unidos, o Postalis pagou US$ 24 milhões a mais do que o devido em comissões em operações com notas estruturadas.
“O investimento seguiu a política de investimentos e padrões para mitigação de riscos adotados pelo Postalis, tendo sido observadas as regras de governança e controle do instituto”, afirmou a entidade em comunicado.
As transações causaram perdas aos fundos Brasil Sovereign II Fidex e ao Atlântica Real Sovereign Fund, ambos geridos pela Atlântica Asset Management, gestora registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que tem Fabrizio Neves como proprietário. A SEC informa que o fundo de pensão seria cliente de Neves desde 2005 por meio da Atlântica Investimentos, e posteriormente tornou-se o maior cliente da LatAm Investments.
“No caso do Brasil Sovereign II FIDE (sic), o Postalis foi surpreendido nesta data com a informação de uma acusação no exterior em face da ex-gestora Atlântica e dos seus respectivos sócios. O Postalis está apurando o que, de fato e de direito, aconteceu e não hesitará em tomar as providências cabíveis em caso de algum prejuízo ou desvio no mandato de tal gestora à época ou da administradora, nos termos do regulamento do referido fundo de investimentos e das regras legais aplicáveis”, completou o comunicado.
A entidade de previdência, cujo patrimônio é de R$ 6,7 bilhões, era o maior cliente dos corretores. O xerife do mercado americano alega que o brasileiro Fabrizio Neves, que mantém residência na Flórida, conduziu o esquema enquanto trabalhava na LatAm Investments LLC, uma corretora já extinta. Ele teria sido auxiliado por José Luna, de nacionalidade não informada, que também trabalhava na empresa. Segundo a SEC, Neves era amigo de um alto executivo do Postalis, cujo nome não foi divulgado.
A acusação contra os executivos foi impetrada em um tribunal da Flórida, exigindo devolução dos ganhos, multas financeiras e inabilitação de Neves para evitar que as práticas se repitam.
Luna não negou nem admitiu as acusações, mas fechou termo de compromisso no qual devolverá US$ 923 mil e pagará outra penalidade ainda não determinada.
Fonte: Valor (31/08/2012)

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