segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Idosos: "Concurseiros" de cabelos brancos


Candidatos que já passaram dos 50 anos de idade entram na acirrada disputa por uma vaga no funcionalismo público



A experiência de vida tornou-se arma na guerra dos concursos. Candidatos com mais de 50 anos de idade aproveitam  a sabedoria acumulada ao longo do tempo e entram na disputa por uma vaga no serviço público.
Ivoney Salles pretende conquistar uma vaga de analista do TRT-RJ | Foto: Divulgação
Ivoney Salles pretende conquistar uma vaga de analista do TRT-RJ 
No rol dos motivos estão a melhora da qualidade de vida e a segurança no momento em que chegar a velhice. E enquanto não atingirem esses objetivos, garantem eles, não haverá descanso.
“Não tenho dificuldade para estudar e aprender. No meio dos colegas de curso, sinto-me com 20 anos de idade”, relata o candidato de 53 anos Antenor Horta. Apesar de ser graduado em Administração de Empresas, Antenor trabalhava como autônomo na área de Publicidade. Em 2008, depois de perder todos os clientes, resolveu estudar para concursos públicos.
“Passei para agente auxiliar de creche da Prefeitura do Rio, mas ganhava muito pouco. Então, tive que continuar a estudar. Fiz o curso de formação de professores. No início deste ano, passei para o Município do Rio”, conta o candidato ao cargo de analista do Banco Central, no intervalo entre as aulas da Academia do Concurso.
O analista de sistemas Ivoney Salles tem 59 anos e se prepara para a prova do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT). “Minha única desvantagem em relação aos jovens é a falta de tempo. Mesmo assim, estou no páreo com essa garotada há três anos. Estudo cinco horas por dia e ainda trabalho”, revela.
A bacharel em Direito Sônia Casas também é candidata acima dos 50. Ela resolveu fazer concursos depois de se aposentar. “Aos 53 anos, descobri que ainda tenho idade para entrar no serviço público”, conta a aluna do Curso Maxx, que deseja ser analista do Tribunal de Justiça do Rio.
“As limitações são as iguais”
Segundo o especialista em concursos Artur Damasceno, do Curso Maxx, as pessoas com mais de 50 anos têm as mesmas limitações que os mais jovens, em relação ao aspecto pedagógico.
“A idade passa a ser irrelevante quando há boa preparação, bom material de estudo e boa disciplina”, garante. Para Damasceno, a experiência de vida é ponto positivo na construção de uma história política, econômica, social e cultural dos candidatos mais maduros.
A sugestão do especialista é que os candidatos com mais de 50 anos tenham foco e muita disciplina. Além disso, ele recomenda que a preparação seja feita de forma organizada. “É preciso conciliar o tempo dedicado ao trabalho, ao lazer e também à família”.
Maturidade pesa na hora do estudo
A candidata Sônia Casas se aposentou há cinco anos e diz que estuda para manter a vida ativa. “Quero manter meu padrão de vida anterior e fazer tudo o que não tive oportunidade de fazer, como viajar, frequentar bons restaurantes e efetivamente viver. Quero segurança na velhice”, diz a ex-gerente do setor de seguros e mãe de dois filhos.

Sônia acredita que a idade é um aspecto positivo. A candidata avalia: “Não estou em desvantagem em relação à ninguém. Com o tempo, ganhamos maturidade, sabedoria e experiência de vida. Isso faz a maior diferença na hora do estudo. A pessoa madura não tem a ansiedade dos jovens”.
Fonte: O Dia (26/11/2012)

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