quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Fundos de Pensão: Mudança na taxa atuarial dos fundos de aposentadoria exige contribuições até 30% maiores


Com a redução da taxa de juros, a previdência privada renderá menos e exigirá mais esforço do investidor para ter a renda almejada a partir deste ano.

A redução gradual da meta atuarial dos fundos de pensão - ou seja, a previsão de rentabilidade dos planos fechados de aposentadoria - de 6% para 4,5% a.a., fará com que o investidor tenha de reservar uma quantia maior para ter o mesmo valor acumulado.
Para se ter uma ideia do impacto, para quem começa a poupar agora por um período de 30 anos, o valor mensal deve ser elevado em pouco mais de 30%.
Cálculos do consultor financeiro e professor da FIPECAFI, Silvio Paixão, mostram que com uma previsão de rentabilidade de 6% a.a., um investidor que poupasse R$ 1.000 por mês, chegaria ao final de 30 anos com R$ 974.513,07, sem considerar os efeitos da inflação.
Já com uma meta atuarial de 4,5% a.a., esse valor a ser economizado mensalmente sobe para R$ 1.304,46, uma alta de 30,4%.
"Quanto maior o prazo, maior a perda e, portanto, maior deve ser o esforço da contribuição nos prazos mais longos para acumular o mesmo valor no período", diz Paixão.
Ele comenta que no cálculo não foram considerados os efeitos da inflação. Os efeitos dos impostos também não foi levado em consideração, pois dependem do perfil tributário de cada pessoa.
Entenda
Os fundos de pensão são planos de previdência fechados, organizados por empresas para os funcionários. Tais fundos perseguem metas de rentabilidade, chamadas de atuariais.
Até agora, esta meta era de 6% ao ano, algo fácil de ser atingido quando os títulos públicos pagavam 12% a.a. ou mais.
Com a queda da taxa básica de juros (Selic) até o patamar de 7,25% a.a., tal meta ficou difícil de ser atingida.
O Conselho Nacional de Previdência Complementar, órgão ligado ao Ministério da Previdência Social, aprovou então a redução gradual da meta atuarial dos fundos de pensão de 6% para 4,5% a.a. até 2018.
A medida vale a partir de 2013. A cada ano, a meta terá corte de 0,2 ponto percentual. A meta atuarial consiste no rendimento real (descontada a inflação), necessário para que o fundo consiga pagar seus beneficiários ao longo do tempo.
Saiba mais
Valor de Contribuição Mensal fixo de R$ 1.000 - a 6% a.a. - para atingir, nos prazos de 10, 20 e 30 anos, os valores acumulados de R$ 162.473,45, R$ 453.438,66 e R$ 974.513,07, respectivamente.
Enquanto que para obter os mesmos valores acumulados em 10, 20 e 30 anos é preciso - a 4,5% a.a. - aplicar mensalmente, para cada prazo: R$ 1.079,73, R$ 1.180,34 e R$ 1.304,46.

Fonte: Consultor financeiro e professor Silvio Paixão (14/02/2013)

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