quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fundos de Pensão: Pagamento de gestores de carteiras passou a ser por desempenho. Quem entrega mais acima da inflação, ganha mais


De meados do ano passado para cá o pagamento dos gestores de carteiras de fundos de pensão por performance tornou-se mais e mais comum. Em 2013 a tendência está ganhando velocidade. “Para se trabalhar com produtos mais complexos numa quadra de juros efetivamente mais baixos, oferecendo um atendimento sofisticado, maior geração de alfa e muita expertise, com certeza mais que se justifica o pagamento por performance”, sublinha Jorge Simino, da Fundação Cesp.

O Diário ouviu o mercado e registrou o consenso quanto à generalização da prática, mas com a ressalva de que esta não se aplica, claro, ao trabalho mais rotineiro de entrega de um índice puro sem adição de um plus. “Se o gestor entrega apenas o Ibovespa ou o IBrx não cabe pagar”, resume Raphael Santoro, consultor sênior da Mercer. Enfim, é preciso ganhar da inflação, medida em geral por um INPC ou IGP, e acrescentar 6% ou 7% ao menos. Isto é, algo que não se consegue sem suor e correr algum risco nesse  novo ambiente.

O pagamento por performance varia conforme a complexidade do produto, mas o mercado se refere em geral a uma taxa de administração de 1,5% a 2% mais 20% por performance. Raphael é um dos que apontam esses percentuais como uma boa média do que se anda praticando. Simino concorda, mas nota não serem poucas as entidades que conseguem pagar 1% pela administração. São em geral fundos de pensão maiores, com maior poder de fogo, sendo que alguns obtém até menos.

Mario Amigo, professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) endossa parcialmente esses números, mas também coloca a sua ressalva. Observa que performance remunerável hoje no mercado é aquela que entrega a inflação mais 10% a 12%.

Até porque, nota Amigo, há gestores prometendo ao fundo de pensão entregar 15% a 18% acima da inflação. Mas se trata nesse caso de produtos bem mais sofisticados, como fundos de private equity, por exemplo, que por sua vez também não se satisfazem em geral apenas com 20% de taxa de performance.
Fonte: Diário Fundos de Pensão (21/02/2013)

2 comentários:

  1. Apenas para frizar que quando a performance é negativa a conta vai para os Participantes e Assistidos.

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