quarta-feira, 10 de abril de 2013

Planos de Saúde: Planos médicos de empresas estatais e privadas amargam pesados déficits. Justificativa basea-se no aumento dos gastos e limitação pela ANS para o incremento da receita

Convênios médicos de funcionários do Banco do Brasil e do Ministério da Fazenda entram no vermelho e acendem o sinal de alerta da ANS. Há duas semanas, Geap sofreu intervenção ao pôr em risco o atendimento a 625 mil associados

Após o rombo de R$ 260 milhões em 2012 que levou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a intervir, há duas semanas, na Geap — a fundação que administra os planos de saúde de 625 mil servidores públicos federais e dependentes —, pelo menos duas outras grandes operadoras de convênios do funcionalismo estão com sinal de alerta piscando. 

As contas da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e da Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) fecharam o ano passado com buracos preocupantes no caixa.

A Cassi, com 855 mil beneficiários, entregou balanço com deficit de R$ 107,6 milhões, depois de cinco anos de superavit. O resultado da Assefaz, que atende 96,3 mil servidores e dependentes, foi proporcionalmente muito pior: a fundação encerrou o ano com rombo de R$ 37,2 milhões, o equivalente a um terço do registrado pela operadora do Banco do Brasil, que tem quase 10 vezes mais usuários atendidos. O último deficit da entidade dos servidores da Fazenda, de R$ 15,2 milhões, havia sido registrado em 2008.

Fonte: Correio Brasiliense (08/04/2013)

Em atenção à matéria “Cassi e Assefaz têm rombo de R$ 145 milhões”, publicada no dia 08 de abril, no jornal Correio Braziliense, a Cassi presta alguns esclarecimentos: 
 
O déficit de R$ 107,6 milhões nas contas de 2012 está relacionado ao crescente aumento dos gastos assistenciais em todo o setor de saúde suplementar, que no ano passado observou um crescimento em patamares muito superiores aos das receitas. O impacto, ainda que maior nas autogestões, por possuírem cobertura ampla, abrangência nacional e limitações regulatórias da ANS para o incremento das suas receitas, acontece também nas empresas privadas.
 
Em estudo realizado com nove operadoras de saúde (que, juntas, possuem cerca de 50% de todos os beneficiários do setor), também referente a 2012, divulgado inclusive no jornal Valor Econômico, apenas UMA teve um incremento percentual em seu resultado positivo. TRÊS apresentaram prejuízos, e as demais tiveram reduções em seus resultados de até 78%. Mesmo aquelas que dominam a oferta de planos empresa, aqueles nos quais o risco é compartilhado dentre compradores e operadoras, amargaram um crescimento de mais de 18% de suas despesas. Nesse mesmo estudo, se constata que as despesas assistenciais dessas operadoras e seguradoras de saúde cresceram em média 20,6% no ano de 2012, enquanto na CASSI o crescimento foi de 16,4%, ou seja, um desempenho ainda melhor do que o observado nas empresas do mercado. 
 
Portanto, a questão, claramente, não está localizada apenas nas empresas de autogestão.
 
RESERVA
Em contraposição ao déficit mencionado, a Cassi possui reservas técnicas três vezes e meio superior ao exigido pela ANS como garantia mínima de que consegue honrar seus compromissos financeiros. Está longe de chegar à dramática situação de falta de dinheiro (como mencionado na matéria) e, portanto, de possível intervenção.
 
As contas são auditadas por empresa especializada, cujo parecer atesta que “as demonstrações contábeis apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira” e que “o desempenho das operações, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados nas operações estão “de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis às entidades supervisionadas pela ANS”.
 
REAJUSTE
O reajuste superior ao da inflação não é usado como única alternativa para recompor as contas das autogestões. A particularidade da autogestão faz com que se busque desenvolver continuamente ações de qualificação da auditoria, das negociações e de aprimoramento dos processos de relacionamento com prestadores, visando obter os melhores resultados possíveis.
 
ÍNDICE DE EFICIÊNCIA
O índice de despesas administrativas na casa de 9,4% está abaixo do que o registrado por muitas empresas do mercado. Não há comparação com operadoras de saúde que atuam em outros modelos, como seguradoras, cooperativas, pelas especificidades de cada tipo de atuação.
Fonte: Cassi e Blog da Cecília Garcez (10/04/2013)

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