segunda-feira, 15 de julho de 2013

Aposentadoria: Regras e valores mostram abismo entre aposentadoria de políticos e segurados do INSS

Candidato escolhido pelo aposentado do INSS José Jonas da Silva Souza, de 58 anos, para administrar Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o prefeito Nelson Roberto Bornier, de 63, que se aposentou pela Câmara Federal, tem uma vida que contrasta com a do seu eleitor. Apesar de ambos terem pedido seus benefícios em 2000, nesses 13 anos Bornier viu sua aposentadoria, convertida em número de salários mínimos, crescer 40,68%, enquanto José amargou uma perda de 46,64%.
Ao se aposentar como deputado federal, Bornier faturou um benefício equivalente a 15,29 salários mínimos (R$ 2.080), por dois anos de mandato. Naquela época, cada ano de legislatura equivalia a 1/30 do valor do salário na ativa — após 1997, essa proporção passou a 1/35. Hoje, ele recebe 21,51 salários mínimos (R$ 14.583,19), após outros dez anos aboletado na Câmara — um adicional de 6,22 salários.
Do outro lado, o auxiliar de escritório José Jonas, ao completar 35 anos contribuindo para o INSS, começou ganhando 7,59 salários mínimos (R$ 1.145,42) do instituto. Hoje, recebe o equivalente a quatro salários.
Além da polpuda aposentadoria recebida da Câmara, Bornier fatura R$ 9.500 da Prefeitura de Nova Iguaçu, o que eleva seus rendimentos a R$ 24.083,19. Os números destoam da realidade de José Jonas. Brigando há anos pela revisão do valor do benefício da Previdência Social, ele se desdobra para sobreviver com o que recebe: R$ 2.747,07.
O Ministério da Previdência Social calcula a correção das aposentadorias do INSS com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O reajuste dos deputados aposentados pela Câmara acompanha o índice de aumento dos subsídios pagos aos parlamentares na ativa, fixado,aliás, pelos próprios parlamentares.
Fonte: O Globo (14/07/2013)

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