quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aposentadoria: Pesquisa aponta que metade dos brasileiros prefere parar aos poucos a se aposentar completamente

A “semi-aposentadoria” já é uma realidade para os cidadãos brasileiros. Ao se aproximar da aposentadoria muitos buscam a redução de horas de trabalho, mas querem continuar ativos e sendo remunerados. É isso o que mostra a pesquisa “O Futuro da aposentadoria: vida após o trabalho”, realizada pelo HSBC este ano. Segundo o estudo inédito, mais de um quarto (29%) dos entrevistados entre 55-64 anos já estão semi-aposentados e metade (50%) das pessoas entre 25-34 anos espera seguir o mesmo caminho. 
A pesquisa, realizada em 15 países, entre eles o Brasil, com 16 mil pessoas no total, analisa o processo da aposentadoria e compara experiências reais dos aposentados com as expectativas daqueles que ainda estão na fase ativa. No Brasil, foram entrevistadas cerca de mil pessoas. 
De acordo com o superintendente do HSBC Brasil, Alfredo Lalia, a projeção de vida mais longa dos brasileiros e a vitalidade dos cidadãos já se refletem neste novo cenário, no qual as pessoas não pensam mais na aposentadoria total como a primeira opção. “Ao parar de trabalhar na sexta-feira não significa que na segunda-feira você não terá mais a sua experiência e vitalidade”, diz Lalia. “Assim, cada vez mais brasileiros já buscam uma nova ocupação para continuarem na ativa”. 
Esse cenário é ainda mais intenso quando se analisa os recentes dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que prevê a expectativa de vida do brasileiro em 2060, de 78 anos para os homens e 84 para as mulheres. 
Segundo as respostas dos entrevistados, entre as principais motivações da semi-aposentadoria estão: “eu gosto de trabalhar para continuar com alguma posição”, 43%; “eu gostaria de continuar ativo/manter o cérebro alerta”, 41%; “eu gostaria de ter uma transição fácil para a minha aposentadoria”, 29%. 
Planejamento e gestão do patrimônio – “O planejamento da aposentadoria não envolve apenas o salário recebido ao longo da vida versus o tempo que está por vir sem a atividade remunerada. O planejamento financeiro é parte importante da gestão de patrimônio para quem quer ter uma aposentadoria com mais tranquilidade ou mesmo viabilizar uma segunda atividade profissional”, diz Lalia. O executivo alerta que planejar e cuidar do patrimônio é o segredo para encontrar o equilíbrio, iniciando um novo modelo de vida produtiva. 
Segundo a pesquisa, quem não fez este planejamento, está pagando um preço alto. O estudo aponta que na maioria dos entrevistados a renda não apenas caiu na aposentadoria como é menor do que esperavam. No Brasil, somente 35% ganham o quanto esperavam e apenas 5% realmente ganham mais que o planejado. “A semi-aposentadoria, apesar de já ser realidade no país, também esconde, em parte, o pensamento do brasileiro de que ainda espera poupar e enfrentar a aposentadoria como os pais fizeram no passado”, diz Lalia. 
Dados da pesquisa ainda mostram que mais da metade dos brasileiros entrevistados sustentam um dependente durante a aposentadoria e, dentre os que já são semi-aposentados, 25% sustentam os filhos; 7% os netos e 12% os pais. Quando comparados com os totalmente aposentados, os números crescem: 33% sustentam os filhos; 9% os netos e 18% os pais. 
O sustento de um parente e a necessidade de deixar um legado geralmente impulsiona a busca por um trabalho complementar na aposentadoria. Segundo dados do IBGE, para cada 100 indivíduos em idade produtiva, existem 46 dependentes. Em 2060 o número de dependentes deve passar para 66 e mais de um quinto serão idosos. 
O Brasil e no mundo – a maioria dos aposentados (56%) em todo o mundo ainda está poupando para aproveitar a vida “mais tarde”. Exatos 38% afirmaram que não guardam nada por mês. Na maioria dos países ocidentais pesquisados (Reino Unido, França, EUA, Canadá), mais da metade dos aposentados não poupam mensalmente na aposentadoria integral, enquanto que na maioria dos países da Ásia-Pacífico pesquisados, economizar na aposentadoria continua a ser a norma (69% pretendem economizar). 
Em geral, 43% dos aposentados poupam numa base regular, enquanto 34% realizam a ação de poupar de tempo em tempo. Um em cada seis (16%) diz ter guardado dinheiro no passado, mas não mais agora e 5% dos aposentados afirmaram que nunca pouparam. No Brasil, quase um terço (32%) dos hoje aposentados falam que seus preparativos para a aposentadoria foram no mínimo adequados. Por outro lado, dois terços (67%) dizem não ter se preparado adequadamente: destes, somente 17% fizeram isto antes de se aposentar e aproximadamente um quinto (18%) acham que eles não irão compensar esta defasagem. 
A maioria dos aposentados no mundo (79%) tem se planejado financeiramente em algum momento da vida. No entanto, a maior parte dos planejamentos para a aposentadoria foi informal (63%), enquanto que 34% dos planejamentos foram de modo formal, e um em cada quatro (26%) aposentados já receberam aconselhamento financeiro profissional. 
Quando os aposentados no Brasil foram perguntados sobre qual o melhor conselho financeiro que eles tiveram na vida, a resposta mais popular foi “comece a poupar enquanto jovem” (escolhido por 63% dos aposentados), seguida por “não gaste aquilo que você não tem” (59%) e “comece a poupar pequenas quantias regularmente” (53%). 
A pesquisa também apresenta os quatro passos práticos para uma melhor aposentadoria. São eles: 
1. Não corra para se aposentar 
Existe uma visão entre as pessoas aposentadas de que elas possam ter sido muito precipitadas em largar um emprego remunerado. Aproximadamente dois terços (64%) que entraram na pré-aposentadoria desejariam ter ficado no emprego de tempo integral por mais tempo. Este arrependimento se deve amplamente a motivos positivos, com muitas pessoas aposentadas vendo o trabalho como um importante meio de conservar o corpo e a mente ativos. 
2. Não confie em uma única fonte de renda para a aposentadoria 
Os atuais aposentados têm três diferentes fontes de renda de aposentadoria em média, sabiamente escolhendo não receber toda a sua renda de um só lugar. Diversificar suas fontes de renda para a aposentadoria e os riscos associados, além de fazer a gestão apropriada de todo o patrimônio, significa não colocar todos os ‘ovos em uma só cesta’. 
3. Planeje sua aposentadoria tendo em mente a família 
A família continua a ser a principal preocupação no planejamento da aposentadoria e poderá ainda crescer em importância entre a próxima geração. Enquanto um grande número de pessoas (40%) almeja viajar muito durante a sua aposentadoria, aproximadamente metade (49%) dos atuais trabalhadores espera ter algumas responsabilidades financeiras com familiares, mesmo quando se aposentarem. Isto inclui responsabilidades financeiras com seus filhos adultos, bem como sustentar os pais já idosos. 
4. Seja realista sobre as suas despesas na aposentadoria 
Muita gente em idade ativa assume que a necessidade de sua renda cairá assim que eles se aposentarem. Exatos 52% dos aposentados não têm visto redução alguma de suas despesas e 17% têm visto suas despesas aumentarem. Apesar das pessoas estarem familiarizadas com o conceito do aumento na expectativa de vida, o aumento consequente dos custos com tratamento de saúde nesta etapa pode não estar sendo bem entendido, pois as pessoas ainda não estão fazendo o suficiente para se preparar para estes custos potenciais. 
Teste on-line ajuda consumidor a descobrir se está no caminho certo – O HSBC lança hoje em seu website uma ferramenta que auxiliará os consumidores na descoberta de onde eles estão posicionados quando o assunto é aposentadoria (http://hsbc.com.br/futuro-da-aposentadoria). Ou seja, precisam poupar mais? Estão no caminho certo? Assim, conseguirão entender se as respostas deles estarão de acordo com a média do Brasil e do mundo apresentadas pelo estudo do HSBC. 
Metodologia 
O Futuro da Aposentadoria é um estudo mundial independente sobre as tendências globais da aposentadoria, encomendado pelo HSBC. A pesquisa fornece uma visão sobre as principais questões associadas ao envelhecimento da população e ao aumento da expectativa de vida em todo o mundo. 
Este capítulo, vida após o trabalho, é o 9° da série e representa as opiniões de mais de 16 mil pessoas em 15 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, Egito, França, Hong Kong, Índia, Malásia, México, Singapura, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.
Fonte: Sonho Seguro (19/09/2013)

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