quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Fundos de Pensão: Congresso de Floripa mostra a experiência internacional e aponta tendência para planos CD´s, nada previdenciários!

Na plenária “Experiências Internacionais de Sucesso: Inspiração para a Sustentabilidade da Previdência Complementar no Brasil”, o expositor Juan Yermo, da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) notou que a passagem de BD para CD torna ainda maior a necessidade de boas práticas de governança, notadamente a independência dos conselheiros. Na Austrália, os conselheiros são licenciados demonstrando competência e idoneidade. Pede-se também conhecimentos intermediários da legislação previdenciária, conhecimento a respeito de práticas de investimento e um treinamento inicial antes de assumir o assento no Conselho. Nos últimos anos, com essas exigências mais rigorosas, o número de fundos de pensão caiu ao nível de uma quarta parte do que existia antes. 

A experiência internacional mostra também ser necessário comunicar melhor sobre as escolhas e suas consequências, não apenas informar mas também influenciar comportamentos individuais e estimular a confiança individual e do público. Uma tarefa nada fácil, considerando que já se apurou que 9 em cada 10 suecos  não levam em conta as informações que recebem de suas entidades. No Chile, um simulador está sendo implementado para mostrar que, dadas certas condições, existe uma cerca probabilidade de se alcançar o benefício alvo. 
Juan citou por fim recomendações básicas sobre projeções de benefícios: simplicidade, informações individualizadas e adaptáveis, valores expressos em moeda ao invés de taxas de reposição, poucos números (porém contundentes), estilo e conteúdo adequados às diferentes faixas etárias e informação consolidada. 

Desenhos de novos planos são possíveis. Eicher falou da novidade que é o “CD coletivo”, uma espécie de pool de contas. A economia de escala ajuda nos custos. Referiu-se também ao “Plano de Benefício Alvo”, um produto  desenhado para o empregado poder calibrar melhor as contribuições de modo a alcançar dada expectativa de  valores a receber ao final.. “Mas o ponto comum de tudo isso é a sustentabilidade, porque todos querem entregar o que foi prometido”, disse Eicheer. 
CD é   cada vez mais o caminho do futuro, até por ser mais fácil de criar escala e trabalhar com mais flexibiloidade para os funcionários”, sublinhou Eicher. 
Evandro Luis de Oliveira, da Towers Watson brasileira, trouxe pesquisa mostrando que 70% da população pesquisada não consegue tomar decisões,  20% até aceitariam tomar  decisões mas não o fazem e apenas 10% tomam as suas próprias decisões. Uma opção para o empregador é oferecer uma opção padrão para os 70%. 
Conhecer melhor como as pessoas pensam é essencial porque a comunicação com o participante tem um impacto enorme nas decisões que ele toma. Nesse sentido, defendeu um desenho de plano em que contribuições e investimentos sejam autoajustáveis a meta definida pelo participante em termos de valor de aposentadoria, levando em conta as ocorrências da vida de cada um.. “Seria uma espécie de ciclo de vida individualizada”, explicou Evandro.
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão (11/09/2013) 

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