quarta-feira, 9 de outubro de 2013

TIC: Brasil tem conexões mais caras do mundo em relação a renda recebida

O Brasil foi incluído no grupo dos nove mercados mais dinâmicos de 2012 na adoção de tecnologia da informação e comunicação (TIC), mas o consumidor brasileiro continua pagando caro pelas conexões. É o que mostra o relatório "Medindo a Sociedade da Informação", divulgado ontem pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
No ranking geral, o Brasil ficou na 62ª posição entre 160 países na pesquisa que mede o nível de desenvolvimento de telefonia, acesso à internet e outros serviços de telecomunicações.
A Coreia, que é dona do acesso à internet mais rápido do planeta, dominou pela terceira vez consecutiva o Índice de Desenvolvimento de Tecnologia da Informação e da Comunicação.
A posição brasileira no ranking não se alterou em relação ao ano anterior, embora o país tenha apresentado evolução em várias áreas. A UIT indicou uma "melhora significativa" da conectividade das famílias brasileiras. A proporção de famílias com computador cresceu de 45% em 2011 para 50% em 2012, o que equivale dizer que metade das residências no país tem computador.

A proporção de residências com acesso à internet mostrou crescimento ainda maior, de 38% em 2011 para 45% em 2012.
No caso da banda larga móvel, o acesso no país pulou de 22% para 37% no período entre 2011 e 2012. A UIT, uma agência da Organização das Nações Unidas, destacou o programa nacional de banda larga, do governo federal, cujo objetivo é alcançar 40 milhões de residências até 2014 com velocidade de pelo menos 1 megabit por segundo (Mbps).

No documento, a UIT observa que o governo concluiu acordos com operadoras no país, com preço mensal entre US$ 30 e US$ 35 por conexão, oferecendo 1 Mbps. Em termos globais, a banda larga está cada vez mais rápida e 2 Mbps é, agora, o pacote mais básico.
O relatório da UIT indica que os brasileiros continuam entre os que comprometem um alto percentual de renda para ter acesso aos serviços de telecomunicações, com o preço calculado em dólar, o que reflete também a apreciação da moeda brasileira naquele periodo.

No caso do celular, o custo de ligação no país continua a ser o mais caro em termos absolutos, em todo o mundo. O preço do minuto de ligação entre celulares da mesma operador custa US$ 0, 71.
O custo aumenta para US$ 0,74 se a ligação é para outro celular de um operadora diferente, um preço mais alto que o cobrado na Suíça, que é de US$ 0,71. O custo brasileiro também é o mais alto, globalmente, na ligação de celular para telefone fixo - US$ 0,74.

Na China, o usuário de celular não paga mais de US$ 0,04 pelo mesmo minuto de chamada de celular, enquanto na Albânia o custo é quase sete vezes menor e na Argentina o consumidor paga duas vezes menos.
A situação muda apenas ligeiramente em termos de Paridade de Poder de Compra (PPP), que corresponde à taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para comprar determinado produto e serviço idêntico no país.
Nesse caso, o preço por minuto de chamada de celular no Brasil fica em US$ 0,69. Bulgária, Nicarágua e Seychelles cobram mais que o Brasil.

Conforme a UIT, os brasileiros comprometem 6,7% da renda, em média, com serviços de comunicação. O custo médio de assinatura fica em US$ 60 por mês. O mesmo serviço custa US$ 1,8 na Coreia do Sul, US$ 2,3 na China, US$ 12,8 no Peru e US$ 23 no México.
O custo de telefonia fixa aumentou para 3,3% da renda em 2012 frente aos 2,7% de 2011, colocando o país na 112ª posição entre 161 países. O serviço de banda larga fixa pode custar 2% da renda, o que deixa o país na 53ª posição global. Nos países em desenvolvimento, o preço caiu 30% em média entre os anos de 2008 e 2011. A banda larga móvel é, agora, mais acessível que a fixa em termos de preço nesses países.
No Brasil, o celular pré-pago é um dos mais caros, ficando em 75ª posição, com preço médio de US$ 35 por pacote mensal de 500 megabytes (MB). O celular pós-pago deixa o país na 87ª posição em termos de preço.
Fonte: Valor (09/10/2013)

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