sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Educação Previdenciária: O papel dos avós na educação financeira dos netos

A velha máxima que “as mamães educam e as vovós deseducam”, por mais que seja divertida, está em desuso. Isso porque o que observo hoje são vovôs e vovós que se preocupam com o futuro financeiro dos netos, deixando o tema como um legado, que será levado para o resto da vida. 
Por mais que não tenham aprendido sobre o tema nas escolas, nem mesmo em outros lugares, os avós tem a seu favor um fator determinante, que é a experiência. Assim, a combinação entre essa, o carinho e o respeito que os baixinhos sentem por eles podem e devem ser utilizados a favor da educação financeira. 

Cada vez mais vejo a relevância da integração entre as gerações como sendo uma grande oportunidade de formar cidadãos mais aptos financeiramente. Mas também há grandes desafios no processo de ensinar os baixinhos, por isso, é importante alguns cuidados na hora de tratar o tema, para que ele seja passado de maneira correta, deixando de lado os tabus que foram vivenciados ao longos dos anos. 

Isso mesmo! É importante que se utilize os aprendizados, mas de maneira correta e atual. Por exemplo, hoje, temos que trabalhar em um contexto de economia estável e não mais de assustadores índices inflacionais do passado. Mas, desse antigo cenário, tiramos pontos positivos, que é a observância de como o aumento dos preços tem em nossas vidas e como é necessária a negociação; por outro lado, deve ser deixada de lado a ideia de armazenamento de todo e qualquer alimento, evitando assim o desperdício.  

A situação financeira dos vovôs e vovós também deve ser utilizada como exemplo; assim, se esses foram poupadores e, hoje, se encontram em uma situação de investidor, o sucesso deve servir de exemplo, já que permite proporcionar presentes e experiências legais para a criançada. Mas o mesmo também deve ser bem administrado pelos idosos, que jamais podem cair na tentação de quererem compensar os seus tempos de dureza mimando os netos. 

A abordagem mais recomendada é ensinar a criança, por meio do exemplo, a merecer o dinheiro e os presentes. Também não se deve atrapalhar as conquistas dos pequenos. Se eles estão economizando para comprar alguma coisa, não rompa esse ciclo, indo lá e comprando simplesmente o que ele quer; isso pode causar frustração na criança. 
Ajudar a conquistar é uma coisa, atropelar uma conquista é outra. Já os avós que não estão equilibrados e vivem sempre no limite, que chamo de equilibrados, também tem uma grande chance de mostrar para as crianças as virtudes da educação para fazer o dinheiro render. Esses ensinarão que orçamentos têm limites e que nem tudo pode ser comprado. Podem oferecer às crianças opções (escolha) de lazer dentro de suas possibilidades financeiras. 

Então, é hora de aproveitar para ensinar coisas e dividir momentos; ensinar a andar de bicicleta, jogar damas ou fazer bolos. Para os que estão na situação de endividados, antes de tudo, é fundamental que se evite que a situação tenha reflexo negativo no dia a dia, o que só fará mal a todos. Também é importante buscar ajuda, conversar com os filhos da sua situação e compensar a impossibilidade de dar presentes com atenção na vida dos netos, carinho e companheirismo. Também é viável que usem os seus exemplos para ensinar os netos a não cair nas armadilhas que eles caíram e, assim, também ajudar na educação financeira.

Enfim, independente da situação que os vovôs e vovós se encontram, eles têm que ter em mente que possuem papel fundamental no futuro financeiro de seus netos, pois eles são grandes exemplos e tem muito a passar, mas isso sempre de forma positiva e com muito amor!
Fonte: Infomoney (01/11/2013)

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