quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Superávit PBS-A: Decisão da Telebrás de exigir sua parte no superávit pode provocar um racha com teles e coloca Fenapas e Associações em sinuca de bico

A decisão da Telebrás, tomada nesta semana, dizendo que "tem integral direito à sua parte na distribuição dos superávits de 2009, 2010 e 2011 do plano PBS-A da Sistel, assim como os assistidos do plano", pode levar a uma nova queda de braço no processo de distribuição, pois pode ser interpretada como que somente a Telebrás e os assistidos têm este direito, alijando desta forma as teles (pretensas patrocinadoras) desta distribuição. 
Na verdade, a Telebrás, como estatal que é, e baseada na LC 108, sempre defendeu seu direito a receber 68,6% do superávit, proporção esta que, segundo ela, correspondente a sua participação contributiva no custeio do plano desde o PBS em 1977, antes da cisão deste plano e formação dos planos PBS-A e PBS´s de empresas/teles. Se esta interpretação estiver correta, os assistidos receberiam somente 31,4% dos superávits, bem menos que os 50% proposto há mais de dois anos, e, para eles, tanto faz se uma ou mais empresas receberiam o restante.

O problema agora sobrou para a Fenapas e Associações de Aposentados que deverão decidir, em nome dos assistidos, entre quatro possíveis ações que ocorrem no momento:
- se apoiam esta interpretação de alijar as teles do processo e tentam negociar diretamente com a Telebrás a redução de seu percentual de participação no superávit para 50% (a princípio de difícil aceitação pela TB, pois já comunicou ao mercado sua intenção de receber sua parte);
- se seguem revindicando 100% para os assistidos, baseado na Lei 6435/77, que vigorava quando todos tornaram-se elegíveis e assistidos de fato, decisão esta que certamente não trará uma solução em curto prazo;
- se partem para negociar um acordo com todas as partes, no sentido de melhoria dos benefícios, refletida nos planos assistenciais (PAMA e PAMA/PCE), solução esta da qual existem precedentes, com anuência da Previc;
- ou se consultam os assistidos para decidirem o melhor encaminhamento a ser dado na questão.

O que fica evidente neste processo, principalmente agora com esta decisão oficial da Telebrás ao mercado, é a dificuldade maior ainda que as pretensas patrocinadoras terão em abrir mão da quantia que pretendem na distribuição destes três superávits.
De toda forma, o processo volta a estaca zero, ou melhor, para uma escala negativa do ponto de vista do assistido, pois nem mesmo os 50%, que há dois anos atrás era garantido, está passível de ser pago hoje.
Uma outra questão importante ainda a ser tratada após o acerto de quem ganha o que, são as alterações no Regulamento atual do PBS-A que obrigatoriamente deverão ser feitas para incorporar as destinações dos superávits, estes e futuros. Todo cuidado deverá ser dedicado a esta fase de modo que os assistidos não venham a perder seus direitos já adquiridos antes mesmo da privatização da Telebrás.
Por fim, vale lembrar que a cada mês o superávit do PBS-A (formado pela Reserva Especial, constituída com excedentes dos 25% da Reserva de Contingência) vem declinando e caso venha atingir o piso de 25% sobre as Reserva Matemáticas, não será mais possível legalmente definir-se sua destinação, mesmo que os superávits tenham sido alcançados em períodos anteriores e já estejam reservados para distribuição ou melhorias do plano. Fato similar ocorreu com a Previ (BB) neste ano, que terá a distribuição do seu superávit de 2010 (BET) interrompida antes mesmo de integralizá-lo nos quatro anos previstos, pois o superávit neste ano ficou menor que 25%. Para se ter uma ideia desta declinação do superávit do PBS-A, em dezembro de 2012 estava em 41,5% e em setembro deste ano fechou em 34,4%.
Como se observa, a luz no fim do túnel está cada vez mais distante e, pior, cada vez mais fraca, sem qualquer dose de pessimismo.
Cabe portanto a Fenapas, em conjunto com as Associações filiadas ou não, que são os reais representantes dos assistidos, esta difícil missão de escolher o melhor caminho para seus representados.
Boa sorte àqueles que decidirão o caminho a percorrer. 
  
  

Um comentário:

  1. Ainda bem que no contexto de rendimentos declinantes, as sobras não foram distribuídas, desta forma existe um colchão para garantir que não tenhamos que cobrir um eventual déficit!
    Que bom que o pessoal da Previ tinha ainda superávit para cobrir os rendimentos declinantes suspendendo o BET!
    Quem está num Beco sem Saída são os Planos com poucos participantes!

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