sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

TIC: Oi deve ter mais dinheiro de BNDES e fundos de pensão

O plano do BNDES e dos grandes fundos de pensão ligados ao governo de reduzir ao mínimo a presença na operadora Oi após a fusão com a Portugal Telecom sofreu uma reviravolta. 
Numa reunião nesta semana, o BNDES chamou os fundos Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica) para colocar R$ 600 milhões no negócio. A fatia que caberia ao BNDES está em aberto, mas poderia chegar a R$ 700 milhões. 
Os fundos não quiseram comentar, mas o BNDES confirmou que está avaliando sua participação no aumento de capital da Oi. 
Os recursos dos sócios “estatais” da Oi não entrariam diretamente na operadora. Seriam colocados num fundo de investimentos estruturado pelo banco BTG Pactual, no valor de R$ 2 bilhões. 
Esse fundo será sócio da nova operadora. O BTG se comprometeu a colocar R$ 500 milhões nele. Também deve entrar recursos dos sócios privados LF Telecom (grupo Jereissati) e AG Telecom (da Andrade Gutierrez). 
A criação do fundo é fundamental para fechar o pacote de R$ 14 bilhões em investimentos necessários para sacramentar a fusão da Oi com a Portugal Telecom. 
Segundo a Folha apurou, até o começo desta semana, não estava nos planos dos fundos de pensão participar da operação. A presença do BNDES ainda era uma dúvida. A mudança de planos começou na reunião do BNDES. 
Previ, Petros e Funcef ainda tentam escapar ou ao menos entrar no fundo com uma quantia menor que a solicitada. O BNDES deve participar, mas o tamanho do desembolso vai depender dos demais. 
A engenharia financeira desse fundo depende da disputa entre os sócios privados, o BNDES e os fundos de pensão. Todos querem colocar o menor valor possível. 
Desde o anúncio da fusão da Oi com a Portugal Telecom, os sócios da Oi já sabiam que o BNDES tinha a orientação da presidente Dilma Rousseff para não liberar mais recursos como acionista da companhia. 
Os fundos também ficariam com uma participação quase simbólica. 
Seria uma forma de soterrar as críticas do passado de que a Oi era uma paraestatal. 
Dilma queria uma “solução de mercado” para a recuperação da companhia, abalada com uma dívida de quase R$ 30 bilhões devido à compra da Brasil Telecom, em 2009, para que a Oi se tornasse a supertele brasileira. 
Parte da “solução” foi costurada pelo presidente da Oi, Zeinal Bava. Ele conseguiu atrair um grupo de bancos para injetar pelo menos R$ 6 bilhões na Oi, como revelou a Folha no início do mês. 
Os sócios portugueses, por sua vez, deverão colocar outros R$ 6 bilhões. Parte será usada para abater as dívidas dos atuais controladores (AG Telecom e LF Telecom e os fundos estatais) com o BNDES. Essas dívidas, de R$ 3,2 bilhões, são em grande parte empréstimos para a compra da Brasil Telecom. 
Para fechar a conta e levar adiante a fusão, é preciso que o fundo de R$ 2 bilhões pilotado pelo BTG seja colocado de pé. É para isso que estão chamando os fundos de pensão e o BNDES. 
Com essa operação, o BNDES e os fundos de pensão diminuem suas participações como sócios, como queriam, mas terão que injetar mais recursos, agora como investidores no fundo.  
Fonte: Folhapress (21/02/2014)

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