segunda-feira, 12 de maio de 2014

Fundos de Pensão: Baixa rentabilidade agita eleições para a Previ (BB)

Nos últimos tempos, a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), maior fundo de pensão do país, foi muito questionada. Diversas entidades apelaram – até agora sem sucesso – por alguma ação da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Denunciaram que executivos do BB, nos governos do PT, se aposentaram com salários elevados, impondo ônus exagerado ao fundo, com pagamentos muito superiores aos usuais. Para preservar um fundo com patrimônio de R$ 170 bilhões, aposentados querem um teto máximo para aposentadorias, que chegou a ser definido mas não foi implantado.

A Previ é tão tradicional que antecede à própria previdência oficial do país. Foi criada em 1904, por 52 associados, de notável visão do futuro. Nesta sexta-feira, a instituição inicia processo de eleições que vai até o dia 28, com quatro chapas. Pelo menos três delas, a 1 – Ética de Transparência, a 2 – União e Participação e a 3 – Previ Livre, Forte e de Todos, questionaram aplicações. Em gestões anteriores – do PSDB e Democratas – a Previ perdeu dinheiro no complexo turístico de Sauípe, na Bahia e, mais recentemente, voltou ao noticiário com as super-aposentadorias – já em governos do PT.

Diz a Chapa 1, conforme dados tirados do site da Previ: “A comparação da remuneração do Previ Futuro com fundos de mercado é inadequada. Temos de preservar o BB e a Previ”. A Chapa 2 se refere às incertezas da economia e cita “os constantes riscos envolvendo a correta aplicação de recursos”. A Chapa 3 é mais incisiva nesse ponto: “Nos últimos seis anos (de 2008 a 2013), o resultado do Plano Previ Futuro (correndo riscos na Bolsa e pagando altas taxas de carregamento de 4%) foi de 61,9%, enquanto um simples CDB obteve retorno de 77%. É preciso rever a política de investimentos, melhorar a rentabilidade, reduzir a taxa de carregamento, defendendo a independência na gestão”. Já a Chapa 4 – Unidade e Segurança na Previ – considerada da situação – pede redução das despesas administrativas e sugere priorizar a destinação de superávits para suspender contribuições e pagar benefícios.

A presidência da Previ e algumas diretorias são indicadas pelo Banco do Brasil, mas os dirigentes eleitos pelos associados têm importante função fiscalizatória. Governos costumam influenciar nos investimentos e decisões dos fundos, o que é muito sério, pois pode afetar a tranquilidade de milhares de famílias, por muitas décadas. Caberia à Previc decidir de forma republicana, com visão apartidária, de longo prazo. Ultimamente, houve questionamentos em relação a aplicações de Petros, Fundação Real Grandeza, Postalis, Funcef, Refer e outros fundos, todos privados, mas com influência dos governos nas decisões importantes.
Fonte: Monitor Digital (12/05/2014)

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