segunda-feira, 2 de junho de 2014

Fundos de Pensão: Volatilidade assusta cliente de fundo de aposentadoria abertos e fechados

Os produtos utilizados para complementação de renda depois da aposentadoria têm conquistado mercado. Mas é preciso avançar na educação financeira dos clientes desse segmento e ampliar a oferta de opções, para que sejam mais adequadas ao perfil e à situação de quem busca a previdência complementar. 
Em 2013, os fundos abertos de previdência complementar passaram por resgates e reduções de contribuições que não aconteceriam se houvesse uma melhor compreensão de seu funcionamento. Ainda assim, o resultado foi positivo com avanços: no acumulado de 2013, a captação líquida (diferença entre arrecadação e resgates), obteve saldo positivo de R$ 33,5 bilhões, segundo a FenaPrevi, que representa 61 seguradoras e 14 entidades abertas de previdência complementar no país. Foram contabilizados 13,48 milhões de contratos ativos, contra 11,99 milhões do ano anterior. Os depósitos totalizaram R$ 73,7 bilhões, uma alta de 4,56% sobre 2012; e a carteira de investimentos somou R$ 374,2 bilhões com um crescimento de 10,54%. 
"Participantes de fundos assustaram-se ao ver a redução da rentabilidade reduzida", explica o presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento. Por se tratar de produto de longo prazo, os fundos de previdência complementar investem em papéis igualmente de retorno de longo prazo para conseguir as vantagens próprias desses produtos, isto é, ganhos mais altos. 
Com a mudança da política de taxa de juros em 2013, esta volatilidade afetou os fundos. "O que não quer dizer que haverá perdas, mas houve uma oscilação nos valores dos papéis de investimento que não foi compreendida por todos e que levou alguns a resgatarem seus fundos, diminuir aportes ou deixar de fazê-los", explica Nascimento. 
A expectativa para este ano é de crescimento entre 10% e 12% na captação líquida e de 20% nas reservas. A educação financeira e da oferta de novos produtos mais ajustados ao perfil dos participantes deve contribuir para esse resultado. "Novas regulações poder trazer maior flexibilidade nas opções de investimentos em fundos, o que permitirá uma oferta mais diversificada de produtos", diz Nascimento. 

Nos fundos de previdência fechada, formados por participantes vinculados a uma empresa pública ou privada ou a uma instituição que atua como patrocinadores, a queda de rentabilidade não teve impacto nos resgates ou contribuições. "Nesses planos há uma trava natural: os resgates só ocorrem se houver perda do vínculo empregatício com a empresa patrocinadora", diz José Ribeiro Pena Neto, presidente da Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). 
Em 2013, o setor fechou com ativos no valor de R$ 668,9 bilhões, o equivalente a 13,8% do PIB, segundo a Abrapp. Para que haja um avanço nesta relação, Pena Neto avalia que seria preciso que o governo priorizasse a previdência complementar. "Faltam incentivos, como os de ordem tributária, para atrair mais participantes e para que mais empresas se tornem patrocinadoras de planos fechados", exemplifica. 

O perfil do novo superintendente da Susep - uma das instituições responsáveis pela fiscalização e regulação do setor - deve colaborar para que a previdência complementar ganhe mercado. Empossado a pouco mais de dois meses, Roberto Westenberger assumiu o posto com a proposta de trabalhar com um foco mais desenvolvimentista. "A Susep deve deixar em posição reativa, aguardando a iniciativa das seguradoras", afirma. "Usando o conhecimento regulatório e a interação com participantes do mercado, o plano é desenvolver conceituações e protótipos para serem transformados em produtos", explica Westenberger.
Fonte: Valor Online (02/06/2014)

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