quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Fundos de Pensão: Nova polêmica dos fundos é com Funcef

O ambiente nos fundos de pensão de estatais anda cada vez mais tenso. O Postalis, dos Correios, acusou prejuízo, com a compra de títulos da Argentina. 
Em seguida, noticiou-se que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu pressão argentina para que os fundos de BNDES (Fapes), BB (Previ) e Petrobras (Petros) comprassem tais títulos. Os fundos esclareceram que não efetuaram tais compras, mas ninguém pode provar que a tentativa do Governo da Argentina não existiu. 
Na Petros, o Conselho Fiscal rejeitou as contas do último exercício. 
Na Previ há polêmica por pagamentos exagerados a executivos aposentados, transferências contestadas ao patrocinador e valores altos pagos a conselheiros. 
Agora, o pessoal da Funcef reage a tentativa de se submeter ao conselho de ética o diretor Antonio Augusto de Miranda e Souza. Os diretores eleitos manifestaram solidariedade ao colega, que, em entrevista a IstoÉ, criticou a ação do governo ante os fundos de estatais. 
Eis a afirmação de Miranda e Souza, da Funcef, que o levou a ser submetido ao conselho de ética: “Nos últimos anos, ficou patente o interesse do governo em viabilizar seus projetos em detrimento da rentabilidade da previdência. No governo de Fernando Henrique, o uso dos fundos era explícito. Após a chegada de Lula ao poder, criou-se um novo marco regulador que prometia proteção. Abriu-se a oportunidade de eleição para conselheiros e, posteriormente, para diretores. Essa dinâmica, porém, retroagiu quando o PT percebeu o poder que tinha nas mãos. ‘O governo passou a usar os fundos para viabilizar concessões públicas e empreendimentos em que o mercado não tinha interesse’, avalia”. 
Até agora, o conselheiro está perdendo por 4 a 2, pois só votaram a favor dele – contra abertura do processo – os dois diretores eleitos por funcionários: Gilson Costa e Otto Homolka. Destacaram Costa e Homolka: “Os representantes eleitos para o período 2014–2018 vêm à público manifestar seu repúdio à decisão e sua solidariedade ao diretor, e informam que tomarão todas as medidas necessárias para o pleno exercício de seu mandato, consagrado pelas urnas, e sem recuo frente à qualquer atitude intimidatória, seja qual for a sua origem. Conclamamos aos participantes da Funcef a, igualmente, repudiarem a decisão, por meio do envio de mensagens aos conselheiros que apoiaram a decisão”. 
Na matéria, afirmou o jornalista Claudio Dantas Sequeira: “Previ, Petros e Funcef reúnem mais de R$ 280 bilhões em patrimônio, quase metade dos R$ 624 bilhões de mais de 250 fundos em operação. Por trás dessas cifras astronômicas, está o interesse de 6 milhões de contribuintes ativos, aposentados e pensionistas. O futuro dessas pessoas depende da saúde financeira das entidades que administram poupanças acumuladas por toda uma vida. E não se trata apenas de indivíduos, mas de famílias inteiras”. 
Fonte: Jornal Monitor Mercantil (10/09/2014)

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