terça-feira, 18 de novembro de 2014

Fundos de Pensão: Partido político cobra explicações sobre negócios entre Correios e Postalis


Reportagem de Época mostrou operações de R$ 300 milhões envolvendo empresa de fachada da Nova Zelândia e parecer alertando para risco de um dos negócios

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), encaminhará esta semana um pedido de informações ao Ministério das Comunicações sobre a compra de um imóvel em Cajamar (SP) feita pelo Postalis – o fundo de pensão dos Correios – por R$ 194 milhões e posterior aluguel aos Correios para a instalação de um centro de logística. O imóvel deveria ter sido inaugurado há um ano. 
Como revelado por ÉPOCA na edição desta semana (vide este post), o imóvel foi comprado de uma empresa sediada na Nova Zelândia, a Latam Real. O negócio foi concluído menos de cinco meses após a abertura da empresa em Wellington, capital neozeolandesa. 
Bueno afirma que a aquisição do Postalis precisa ser analisada pelas autoridades competentes.

“Primeiro seria feita com uma pessoa. Quando o negócio estava para ser concluído, o proprietário desiste e vende por R$ 40 milhões a menos para uma empresa situada no mesmo prédio da embaixada brasileira na Nova Zelândia”, diz. “Depois, essa empresa da Nova Zelândia vende para o Postalis por R$ 194 milhões.” Entre outros pontos, Bueno questionará por que os Correios, interessados no imóvel, não o compraram diretamente. Bueno se diz preocupado com a situação dos participantes do Postalis. “O plano já apresenta um déficit de R$ 1,85 milhão. O governo federal tem o dever de garantir uma administração competente para evitar que milhares de brasileiros sejam prejudicados”, disse.

Ele também pedirá ao Ministério das Comunicações explicações sobre um lote comprado pelos Correios em Brasília, por R$ 123 milhões à vista. O terreno pertencia ao governo do Distrito Federal. Como ÉPOCA mostrou, as normas urbanísticas impediam que a área abrigasse o Centro de Cartas e Encomendas planejado pelos Correios.Três dias antes da aquisição, o departamento jurídico da empresa alertara para os riscos da operação. 

Em nota publicada em seu blog, os Correios defendem as duas negociações. “Os Correios reafirmam que não existem quaisquer irregularidades nos negócios firmados para a construção de unidades operacionais da empresa em Cajamar (SP) e Brasília (DF). Os processos para a aquisição do terreno em Brasília e para o BTS (aluguel sob medida) de Cajamar tiveram cerca de um ano de laudos técnicos, avaliações e prospecções de mercado”, afirma a nota. 

Fonte: Portal Época (18/11/2014)

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