segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Comportamento: Retrospectiva 2014 da revista Science lista 10 notícias que chamaram atenção no ano

A renomada revista Science  elegeu em seu site uma relação com dez notícias publicadas em 2014 que se destacaram pela popularidade e por serem tão inusitadas.

10. 'Bolhas do espaço' podem ter levado a uma batalha mortal no Afeganistão

Uma das batalhas mais sangrentas da guerra envolvendo tropas norte-americanas no Afeganistão (no dia 4 de março de 2002) pode ter sido causada por bolhas de plasma. Essa é a conclusão desse estudo inusitado, que chegou à conclusão de que turbulentos bolsões de gás ionizado podem ter desviado sinais de rádio de satélites militares americanos o suficiente para causar apagões temporários na comunicação na região. Os rangers (soldados de elite) receberam coordenadas erradas e o helicóptero acabou sendo abatido por guerrilheiros da rede Al-Qaeda, matando sete soldados.

9. Tribo isolada faz contato pela primeira vez

No início de julho, 24 membros de uma tribo isolada da Amazônia saíram de uma região de floresta densa no Brasil e se aproximaram de uma equipe de cientistas — foi a primeira vez que eles fizeram um contato voluntário com o mundo exterior. Autoridades suspeitam que a tribo tenha fugido de madeireiros ilegais e traficantes de drogas em suas terras no Peru. Antropólogos continuam muito preocupados sobre o futuro da tribo que pode se contaminar com novas doenças e enfrentar  estrangeiros ávidos por recursos naturais em suas terras.

8. Barbas vão acabar em breve?

Os homens parecem estar deixando as barbas crescerem em um número sem precedentes, mas um estudo recente sugere que esse visual está ficando popular demais para se manter. Na realidade, rostos peludos podem estar desaparecendo.

Uma equipe liderada por Zinnia Janif, bióloga evolucionista da Universidade de New South Wales, em Sydney, na Austrália, decidiu investigar por que barbas são consideradas tão atraentes.

Os pesquisadores recrutaram 36 homens dispostos a deixar a barba crescer e serem fotografados (em condições idênticas de iluminação) após cinco dias, dez dias e quatro semanas.

As imagens foram mostradas para 1453 mulheres que se diziam bissexuais ou heterossexuais e 213 homens que se diziam heterossexuais.

A pesquisa concluiu que quando os pelos faciais são raros entre os rostos, barbas são classificadas como sendo cerca de 20% mais atraentes. Por outro lado, quando eram comuns, a atratividade era a mesma de rapazes com barba.

7. Antigos canais de lava encontrados encravados no ponto mais escuro da lua

Pode não haver nada de novo sob o sol, mas cientistas encontraram algo novo sob a lua. Vários quilômetros abaixo do maior ponto escuro no lado mais próximo de nosso satélite, pesquisadores descobriram uma região retangular gigante, que seriam restos de um sistema de canalização geológico que expeliu lava pela superfície da lua há cerca de 3,5 bilhões de anos. A descoberta mostra que a lua, no início de sua história, experimentou atividade tectônica e vulcânica normalmente associada a grandes planetas.

6. Como sobreviver a uma explosão nuclear

Cientistas pensaram no que se deve fazer se uma precipitação radioativa chegar. Antes de tudo, é preciso ter um relógio e um bom conhecimento dos arredores.

Michael Dillon, cientista do Lawrence Livermore National Laboratory, no estado da Califórnia, apresentou um modelo matemático para minimizar o risco de radiação.

Se o abrigo onde se está é precário e o de melhor qualidade fica a menos de 5 minutos de distância, o modelo sugere que você deve correr para lá o mais rápido que puder. Se você tem um abrigo precário mas o abrigo de melhor qualidade disponível está mais longe, você deve ir a esse abrigo não mais do que 30 minutos depois da detonação. Dependendo do tamanho da cidade, se todo mundo seguir esse conselho, ele pode salvar entre 10 mil e 100 mil pessoas.

5. Esquilo 'vampiro' tem a cauda 'maior e mais peluda do mundo'

Um raro esquilo peludo e que anda no chão, e é duas vezes maior do que a maioria dos esquilos das árvores, é conhecido por gostar de sangue. Ele também tem o rabo mais peludo do que qualquer outro mamífero se comparado ao tamanho de seu corpo (é 30% maior).

Poucos cientistas já viram esse raro e estranho esquilo (Rheithrosciurus macrotis), que se esconde nas florestas montanhosas de Borneo.

Não está claro porque o esquilo precisa de um rabo tão grande e com tanto pêlo, mas acredita-se que ela confunda leopardos e outros predadores, e consiga impedir ataques.

4. Pedras feitas de plástico são encontradas numa praia havaiana

Cientistas descobriram um novo tipo de pedra nas costas havaianas, derivado da poluição causada pelo ser humano.

O lixo plástico derretido em praias, misturado a sedimentos, fragmentos de lava basáltica e detritos orgânicos, como conchas e corais, é capaz de produzir um novo tipo de material rochoso, segundo conclusão de novos estudos divulgados recentemente.

Segundo pesquisadores, o novo material, apelidado de plastiglomerato, vai ficar para sempre no registro rochoso da Terra, e no futuro pode servir como marco geológico do impacto da humanidade no planeta.

3. Amostras do ' Abominável Homem das Neves ' são analisadas em laboratório

O Bigfoot (também conhecido como 'Abominável Homem das Neves') faz parte do imaginário popular de várias regiões do mundo há séculos. E não são poucos os que acreditam na sua existência.Mesmo com todo o ceticismo da comunidade científica, foi feita a primeira pesquisa genética usando material biológico (como pelos, sangue e pele) que ‘caçadores’ alegavam pertencer ao Bigfoot. Uma equipe do geneticista Bryan Sykes, de Oxford, analisou 30 amostras de material e todos se enquadraram nas exatas 12S RNA sequências de espécies conhecidas. Dez fios pertenciam a vários tipos de ursos; quatro eram de cavalos; quatro de lobos ou cães; um era uma combinação perfeita com um fio de cabelo humano; e os outros vieram de vacas, guaxinins, cervos, e até porco-espinhos. Duas amostras de material, da India e do Butão, combinaram com o 12S RNA de ursos polares — uma descoberta surpreendente que Sykes está seguindo para determinar se alguns ursos do Himalaia são espécies híbridas com ursos polares.

2. Até mesmo livres na natureza, ratos correm dentro de rodas

Todos sabemos que ratos gostam de correr dentro de rodas nas gaiolas, mas ratos selvagens fazem o mesmo com uma roda colocada do lado de fora. E não apenas ratos: ratazanas, musaranhos, e até sapos também dão uma girada no brinquedo. Ao que parece, muitos animais, simplesmente nasceram para correr.

Em 2009, a neuro-fisiologista Johanna Meijer fez um inusitado experimento em seu quintal. Ela montou uma gaiola, com comida e uma câmera. O surpreendente é que animais que entravam não só comiam, mas aproveitavam para dar uma corrida na roda.

A descobertas sugerem que assim como (alguns) humanos, ratos  e outros animais praticam exercícios só porque gostam. Descobrir porque alguns tipos de ratos são mais sedentários do que outros poderia ajudar  a jogar uma luz em diferenças genéticas entre pessoas mais ativas ou sedentárias, diz Ted Garland, fisiologista evolucionista na Universidade da Califórnia.

1. Peste Negra deixou uma marca no genoma humano

A Peste Negra pode ter dizimado a Europa há quase 700 anos, mas ainda está deixando um impacto nas pessoas hoje em dia. Uma nova análise genética ajuda a explicar porque europeus respondem de forma diferente que outras pessoas a algumas doenças e têm diferentes suscetibilidades a distúrbios auto-imunes.

Mihai Netea, um imunologista na Universidade de Radboud  na Holanda percebeu que em seu país, a Romênia, a existência de dois grupos étnicos muito diferentes ofereceram a oportunidade de ler a mão da seleção natural no genoma humano. Mil anos atrás, o povo de Rroma — conhecidos como ciganos — migrou para a Europa pelo norte da Índia.

Mas quase não houve miscigenação com romenos europeus e assim os dois grupos têm antecedentes genéticos bem diferentes. Porém, ao viver no mesmo lugar, os dois grupos experimentaram as mesmas condições, inclusive a Peste Negra, que não alcançou a região norte da Índia. Então os pesquisadores buscaram genes favorecidos pela seleção natural ao buscar similaridades nas pessoas de Rroma e nos romenos europeus que não são encontrados nos povos do norte da Índia.

Os pesquisadores descobriram que a intensidade da resposta imunológica variava de acordo com a sequência desses genes. Concluíram, assim, que ciganos e romenos têm a mesma versão desses genes devido à pressão exercida pela epidemia.

"A presença dessas versões genéticas podem oferecer a base evolucionária para explicar porque certas populações correm mais  riscos para alguns tipos de doenças, diz Douglas Golenbock, um imunologista na Universidade de Massachusetts.

Cientistas pensaram no que se deve fazer se uma precipitação radioativa chegar. Antes de tudo, é preciso ter um relógio e um bom conhecimento dos arredores.

Michael Dillon, cientista do Lawrence Livermore National Laboratory, no Estado da Califórnia, apresentou um modelo matemático para minimizar o risco de radiação.

Se o abrigo onde se está é precário e o de melhor qualidade fica a menos de 5 minutos de distância, o modelo sugere que você deve correr para lá o mais rápido que puder. Se você tem um abrigo precário mas o abrigo de melhor qualidade disponível está mais longe, você deve ir a esse abrigo não mais do que 30 minutos depois da detonação. Dependendo do tamanho da cidade, se todo mundo seguir esse conselho, ele pode salvar entre 10 mil e 100 mil pessoas.

Fonte: Jornal do Brasil , Colaboração Houw Ho Ling (27/12/2014)

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