sexta-feira, 31 de julho de 2015

Fundos de Pensão: Poucas expectativas de fundos de pensão apresentarem resultados positivos neste ano


Retorno melhora em abril, mas ainda abaixo da meta 

Levantamento prévio da Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) referente ao mês de abril mostra que a rentabilidade da carteira consolidada dos fundos de pensão ficou em 1,98%, superando a variação da Taxa de Juros Padrão (TJP) ao ano no mês, calculada em 1,17%. A TJP é calculada com base no INPC mais 5,65% ao ano, para planos com duration de 10 anos. No primeiro trimestre, os planos tiveram rentabilidade de 3,25%, bem abaixo da TJP acumulada no período, de 5,65%. 
De acordo com o presidente da associação, José Ribeiro Pena Neto, apesar de abril a gente ter apresentado resultados melhores em relação a março, não há fundamentos para se acreditar que haverá uma reversão do cenário de complicações. “É um ano difícil, com a bolsa complicada. Quando o ano começou, tínhamos expectativa de que o primeiro semestre seria difícil, mas que teríamos alguma luz no segundo semestre. Essa luz a gente não vê mais. A crise econômica foi pior do que todos nós imaginávamos, agravada pela crise política”, diz Pena Neto. 

Inflação – Para o executivo, o grande complicador das fundações esse ano tem sido a inflação. A maioria das entidades precisa bater a meta atuarial que é calculada com base na inflação mais um percentual. “É uma imposição que quanto maior fica a inflação, mais difícil é de ser cumprida. Ainda que tenhamos títulos indexados à inflação, são aplicações que dependem da forma que estamos marcando a carteira. Isso impõe que a rentabilidade da renda variável e dos investimentos alternativos superem a inflação alta mais a rentabilidade mínima real. Por conta disso, esse ano bater a meta será uma missão muito difícil”, complementa Pena Neto. 

Segmentos – A aposta das entidades continua sendo na renda fixa, levando em consideração o ciclo de abertura das taxas de juros. Segundo Pena Neto, os fundos de pensão têm apresentado uma postura conservadora de correr para renda fixa nesse momento complicado. “Isso impacta parcialmente na carteira marcada a mercado de maneira negativa, pois com a taxa subindo, o título marcado a mercado cai. Esse é um efeito que a gente vê no superávit e déficit”, explica. 
Já para o investimento em renda variável a expectativa não é boa. “Não temos expectativa de recuperação significativa. O que tem se comportado bem, mas é um segmento com aplicação reduzida, são os investimentos no exterior, principalmente pelo efeito câmbio e nem tanto pelo investimento propriamente dito”, destaca Pena Neto.

Superávit e déficit – O executivo diz que o bom resultado de abril ao menos reflete de forma positiva no superávit médio do setor, que cresceu de R$ 24,9 bilhões em março para R$ 27,8 bilhões em abril. Já o déficit foi de R$ 36,4 bilhões em março para R$ 36,8 bilhões em abril. “No líquido, houve pequena melhora no resultado em função dessa rentabilidade ter sido superior”, salienta Pena Neto.

Fonte: Agência Investidor Online (30/07/2015)

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