sábado, 26 de março de 2016

TIC: Prejuízo da Oi passa dos R$ 5 bilhões e preocupa credores. É o 18º maior prejuízo da história de empresas de capital aberto no país


Ajustes contábeis sem efeito no caixa tiveram impacto

A operadora de telefonia Oi encerrou o quarto trimestre de 2015 com prejuízo líquido consolidado de R$ 4,5 bilhões no quarto trimestre de 2015, 2,9% a mais do que no mesmo período do ano anterior. No ano, o resultado negativo chegou a R$ 5,3 bilhões, o que representa alta de 21,4% do registrado em 2014.

Com esse resultado, a Oi ostenta agora o 18º maior prejuízo da história das empresas de capital aberto no país, segundo dados compilados pela consultoria Economatica. O prejuízo de 2015 foi ainda maior que o de 2014, de R$ 4,878 bilhões, que antes ocupava a 18º nessa relação de prejuízos.

Segundo informações reveladas à agência de notícias Bloomberg por uma fonte com conhecimento direto do assunto, um grupo de credores da Oi contratou a consultoria Moelis & Company para ajudar na potencial reestruturação da dívida da companhia. O grupo de credores que contratou a Moelis & Company representa cerca de US$ 900 milhões em títulos de crédito de longo prazo (bonds) garantidos pela Telemar Norte Leste.
Bancos aceitam congelar dívidas Petrobras terá que se reinventar após o prejuízo histórico Sem acordo entre Samarco e Ministério Público 

A própria operadora anunciou que contratou a PJT Partners para consultoria em como gerir seus R$ 60 bilhões em obrigações. Ela também contratou os escritórios de advocacia White & case LLP e Barbosa, Mussnich & Aragão para ajudar no processo, disseram duas fontes próximas ao assunto.

Explicações - Em seu informe de resultados, a Oi explica que o resultado foi impactado principalmente por três ajustes contábeis (sem efeito no caixa), num total de R$ 3,1 bilhões, ligados a “impairment” de ativos registrados no balanço.

O primeiro deles é uma perda de R$ 89 milhões sobre o valor justo da participação da Oi nos investimentos controlados na África, o que impactou a linha de lucro operacional. Outro ajuste é referente ao valor justo da participação da Oi nos investimentos não controlados em África, incluindo Unitel, que impactou a linha de resultado financeiro. A perda foi de R$ 1,58 bilhão.

Além disso, houve provisões para perdas de Imposto de Renda Diferido, no montante de R$ 1,39 bilhão, para as empresas que não apresentaram expectativa de geração de lucros tributáveis futuros suficientes para compensar os créditos tributários.

O prejuízo líquido pró-forma das operações continuadas, excluindo os efeitos destes ajustes contábeis, teria sido da ordem de R$ 1,5 bilhão no quarto trimestre e de R$ 3,4 bilhões em 2015, explicado basicamente pelas despesas financeiras, cuja variação em relação ao mesmo período do ano anterior resulta da deterioração das condições dos mercados financeiros no Brasil, com impacto no aumento das taxas de juros, justifica a administração da operadora.

A receita líquida total da Oi foi de R$ 6,7 bilhões nos últimos três meses do ano, redução de 8,5% na comparação anual.

Fonte: O Tempo (25/03/2016)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".