quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

TIC: Plano para tele Oi está pronto e foi discutido com Anatel


A recuperação da operadora Oi após a reestruturação de sua dívida em torno de R$ 65 bilhões vai exigir uns cinco anos de trabalho duro. O cálculo faz parte do plano elaborado pelo grupo do magnata egípcio Naguib Sawiris, associado ao assessor financeiro Moelis & Company e a agências de exportação. 
O plano que será apresentado à Oi nos próximos dias já foi discutido com o governo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), acionistas e credores da companhia.


Sawiris está disposto a investir entre US$ 1,25 bilhão e US$ 1,5 bilhão na Oi. O montante é considerado insuficiente por analistas que acompanham a companhia. Mas uma fonte familiar ao processo disse que se a dívida for reduzida fortemente e o prazo de pagamento alongado, esses recursos serão suficientes. Quanto à garantia do empresário para trazer dinheiro novo, essa fonte afirmou que Sawiris está associado a um fundo que gerencia US$ 20 bilhões, o que responderia à sua capacidade de investimento.  

"Do ponto de vista societário, há mais pessoas querendo se juntar ao plano do que é necessário, mas daí não haveria retorno sobre o capital suficiente", disse a fonte. É preciso encontrar um equilíbrio entre o número de sócios e o débito, afirmou. Entretanto, não descarta a adesão de grupos concorrentes que estão fazendo planos para investir na Oi: o fundo Aurelius; o Cerberus Capital Management, representado no Brasil por RK Partners; Elliott Management; o fundo Société Mondiale, do empresário Nelson Tanure; e o time formado por ex-gestores da TIM e da Brasil Telecom.  

O magnata egípcio atraiu para seu plano o China Development Bank Corporation e agências de crédito a exportações de vários países, que representam cerca de US$ 1,6 bilhão em papéis da Oi. Os credores reunidos pelo Moelis detêm aproximadamente US$ 4 bilhões dos títulos da tele. A proposta é converter parte das dívidas em ações, com um forte desconto sobre o endividamento de R$ 65 bilhões. "Com uma dívida desse tamanho, como pode o patrimônio líquido da companhia ter algum valor? A empresa está perdendo valor, tem queda na receita média por usuário e reduziu os investimentos em rede para poder mantê-la", diz um dos investidores.  

Ontem, o valor de mercado da Oi (toma por base o total de ações da empresa e o valor negociado em bolsa) atingiu R$ 2,35 bilhões. Já o "enterprise value" chegou a R$ 44,34 bilhões - é calculado pela soma do valor de mercado e a dívida financeira líquida.  

Para os egípcios, a Oi pode continuar a existir como uma empresa forte para todo o país, ao contrário, segundo eles, de quem só têm interesse em São Paulo e no Rio. O plano desse grupo considera que é possível obter muita receita em regiões onde a geração de PIB é menor, pois cobra-se menos e os consumidores conseguem pagar. Sob esse ponto de vista, não haveria mercado ruim. 

Fonte: Valor (14/12/2016)

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