quarta-feira, 7 de junho de 2017

INSS: O perverso e desumano critério de corrigir aposentadorias com dois percentuais diferenciados. Defasagem de quem ganha acima de 1 SM já é de 104% em relação ao SM


Correção diferenciada de aposentadorias leva beneficiário do INSS que ganha mais de 1 SM a receber menos da metade nos últimos 18 anos

Conforme todos têm conhecimento as aposentadorias do INSS são corrigidas anualmente por dois índices distintos, do Salário Mínimo, para quem ganha aquele valor como benefício, e pelo INPC (a partir de 2003), para quem ganha mais de um salário mínimo de benefício.

Compare na tabela abaixo as discrepâncias entre as correções desde 1995. Nestes últimos 22 anos, somente nos anos de 1996, 1997 e 2017 (marcados em vermelho) os reajuste de quem ganha acima de 1 SM foram superiores.

No cômputo geral dos últimos 22 anos, o reajuste acumulado dos benefícios de aposentadoria de quem ganha 1 SM foi mais do dobro (103,9%) dos que ganham acima de 1 SM. 
Para o primeiro grupo o reajuste acumulado foi de 1.238,58%, enquanto dos que ganharam acima de 1 SM (cada vez menos beneficiários) foi de 556,44%.

Os questionamentos do missivista Almir Papalardo que ficam sem respostas:

** Há justificativa convincente para a esquisita variação (mais do dobro) nos pagamentos de benefícios do INSS/RGPS, demonstrado na planilha acima?

** Existe algum gênio econômico ou mente privilegiada capaz de explicar tamanha balbúrdia sem querer confundir cidadãos que não aceitam tamanha sandice?

** Não é apenas preconceito ou sórdida discriminação contra aposentados que ganham mais de um salário mínimo? Não me venham com essa fanfarronice de afirmar que é para salvar a Previdência, porque atualizar as aposentadorias com apenas um percentual de correção, ela não resiste, quebra! Sabemos que não é verdade!...

** A verdadeira e oculta intenção dos governos, não é apenas nivelar todas as aposentadorias da iniciativa privada, com apenas um salário mínimo?

** Não seria mais fácil para eliminar este propalado déficit cobrar dos contumazes devedores da Previdência, que segundo estatísticas sérias, já atingem um somatório de alguns bilhões de reais?

** Ou destinar os recursos da Previdência somente para os trabalhadores e aposentados? Enfim, usarem os recursos somente para o sistema previdenciário?

** Não se sentem envergonhados e responsáveis pela criação das aposentadorias com dois índices de correção, sandice esta que vem se perpetuando já há dezoito anos, prejudicando um indefeso segmento de cidadãos idosos?

** Dá-lhes prazer mórbido assistirem a cada novo reajuste das aposentadorias, caírem de 250 a 300 mil aposentados e pensionistas para a vala do salário mínimo?? 

Fonte: Aposentelecom e O Cão que Fuma, Colaboração: Houw Ho Ling (05/06/2017)

Um comentário:

  1. Bem... como este blog não é um facebook onde qualquer bobagem tem vez, vou tentar levar a discussão para um nível mais racional e sério. Estou começando assim porque minhas opiniões são diferentes da lenga-lenga difundida aí por setores ... populistas e demagogos.
    Vamos começar: o Brasil se caracteriza por umas das desigualdades mais brutais entre todos os países do mundo. Alguns gostam disso e até apóiam. Você acha que a desigualdade deve continuar, ou até aumentar? Não sei como pensa, mas eu estudo bastante este assunto e, para mim, o principal problema do sistema econômico atual (sistema único, já que vivemos o "fim da história") é o crescimento da desigualdade. Isto não é um problema do Brasil, visto que nos EUA é uma cruel realidade (posso indicar algumas fontes se quiserem - mas basicamente é o assunto central de Piketty. o autor mais 'pop' na ciência econômica).
    Pois bem, se aceitarmos que a desigualdade excessiva é um mal e raiz de enormes problemas algumas decisões seriam sensatas. Entre elas esta: NADA NO BRASIL DEVERIA OU PODERIA SER INDEXADO PELO SALÁRIO MÍNIMO. Esse tipo de indexação não faz o menos sentido econômico (a não ser preservar privilégios e criar problemas nas contas públicas e privadas). e não tem nenhum senso de justiça.
    Ocorreu no país nos últimos anos... muitos anos, 15 ou mais, uma salutar política de valorização do salário mínimo, e de crescimento da renda das populações pobres. Muito se poderia discutir, se essa política é sustentável e tem bons critérios seria a mais relevante na minha opinião, porque acho que a resposta é "não" para as duas questões. Mas, de qualquer forma, os ganhos existiram., são reais e bem relevantes, e isso deveria ser fator de orgulho para o país.
    Se é desejável reduzir as desigualdades é claro que as remunerações mais miseráveis deverão ser reajustadas acima das remunerações superiores. Óbvio! Ser assim não fosse não haveria, nunca, nem em mil anos, redução das brutais desigualdades, e o Brasil permaneceria, em termos de distribuição das remunerações, no estado praticamente igual ao do tempo da escravidão.
    Assim comparar o reajuste de aposentadorias, ou quaisquer outros rendimentos com o salário mínimo, precisa ser visto com muito cuidado e inteligência -- não é uma comparação racional.
    Eu. como trabalhador da ativa, já fiz este cálculo sobre a minha remuneração, e sei que NÃO TIVE RENDIMENTO ACIMA DO SALÁRIO MÍNIMO desde o ano 2000! Mesmo tendo alguns aumentos reais (quase irrisórios, verdade). Assim não faz sentido um aposentado qualquer reclamar isso, dado que nem para trabalhadores da ativa, em grande parte, isto não aconteceu.
    A quase totalidade dos questionamentos colocados no principal deste artigo não passam de sofismas e pontos sem sentido, a não ser demagógico.
    O assunto é muito amplo, mas apenas para antecipar algumas possíveis distorções que minhas palavras possam sofrer vou acrescentar:
    - pode-se dizer que os índices de inflação são "manipulados"... o que é uma imbecilidade, no mínimo.
    - que eu estou defendendo a previdência e sou corrupto. Imbecilidade número 2! Posso acrescentar muitas informações relevantes a respeito de desvios de recursos da previdência que sequer estão sendo colocadas por qualquer dos atores no debate de baixo nível em que se transformou o assunto reforma da previdência. Mas concordo que existem desvios e distorções... mas nenhuma devido ao uso do INPC como indexador!

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