quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Fundos de Pensão: Conheça o déficit dos principais fundos de previdência fechada, maior parte concentrado nas patrocinadoras estatais


Entidades têm rombos que somam R$ 77,6 bilhões, concentrados nas grandes estatais

O déficit acumulado por todos os fundos fechados de previdência complementar foi de R$ 77,6 bilhões até junho, 8,2% mais que os R$ 71,7 bilhões registrados no fim de 2016, segundo informou na quarta-feira a Abrapp, associação que reúne as entidades. Desse rombo, 88% se concentraram em dez grandes fundos, entre eles os gigantes estatais Previ, Petros, Funcef e o próprio Postalis. Além de questões relacionadas a irregularidades, que ficaram mais evidentes no caso do Postalis, o segmento foi afetado pela crise e suas consequências no mercado financeiro: os fundos com déficit somavam rombo de R$ 21,4 bilhões em 2013, antes da recessão.

Na Petros, fundo dos funcionários da Petrobras, a expectativa é que o déficit atuarial do principal plano, o Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP), atinja R$ 27,7 bilhões no fim deste ano. Em plano de equacionamento apresentado no mês passado, os beneficiários (ativos, aposentados e pensionistas) vão arcar com pouco mais da metade da conta por meio de uma contribuição mensal maior ao longo de 18 anos. Em alguns casos, esse aumento chegará a 19,2%. A execução do plano deve começar em dezembro. A Petrobras vai arcar com R$ 12,8 bilhões, e a BR, com R$ 900 milhões.

A Petros informou que cumpre todas as leis do setor e que seu plano de equacionamento foi aprovado pela Previc.

Já o Funcef, fundo de pensão da Caixa, passou a pedir contribuição extra de 2,78% do benefício por mês em maio de 2016 aos participantes do plano REG/Replan Saldado. O objetivo é equacionar déficit de R$ 2,3 bilhões (atualizado pela inflação). O pagamento, que atinge 57 mil pessoas, deve ser feito por mais de 17 anos. Em 2015, contudo, a Funcef registrou novo déficit, de R$ 8,07 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão no plano REG/Replan não Saldado, que não era afetado pelo equacionamento vigente. O fundo deve apresentar novo plano de cobertura desse rombo ainda este ano. Em novembro de 2016, novo desconto de 7,86% foi aprovado para o REG/Replan Saldado, além de contribuição variável de acordo com o salário dos participantes do do REG/Replan não Saldado. Essa cobrança ainda não teve início.

Na Previ, fundo do BB, embora não haja equacionamento, o Plano 1, seu principal, tem défict acumulado de R$ 9,73 bilhões. Mas o plano vem registrando superávits que, aos poucos, diminuem o rombo. Este ano, o resultado está positivo em R$ 4,21 bilhões.

Após rombo bilionário em 2015, Previ tem superávit de R$ 2,2 bi em 2016

O caso mais grave é o do Postalis, maior fundo de pensão do país em número de beneficiários (418.098).

O déficit total do Postalis, incluindo o que já está sendo equacionado, é de cerca de R$ 7,4 bilhões no plano benefício definido. Aproximadamente R$ 1,1 bilhão ainda não está equacionado. Os pensionistas e aposentados do Postalis têm pago contribuição extra de 17,92% para cobrir o déficit. Uma nova contribuição de 2,73% está prevista para este mês.

Fonte: O Globo (05/10/2017)

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