terça-feira, 7 de novembro de 2017

INSS: Governo já sinaliza que reforma da Previdência pode ser rejeitada pelo Congresso


O presidente Michel Temer sinalizou que a reforma previdenciária, travada no Congresso há seis meses, pode ser desfigurada ou sequer ser aprovada. Em discurso a líderes partidários nesta segunda-feira, o peemedebista também negou que o governo será prejudicado se a reforma for rejeitada. Temer disse ainda que a sociedade "tem que querer" a mudança nas aposentadorias.

— Se num dado momento a sociedade não quer a reforma da Previdência, a mídia não quer a reforma da Previdência e a combate e, naturalmente, o Parlamento, que ecoa as vozes da sociedade, não quiser aprová-la, paciência. Eu continuarei a trabalhar por ela — discursou Temer aos parlamentares e ao mesmo tempo ao público, já que a fala foi televisionada pela TV estatal NBR.

A Previdência registra rombo crescente: gastos saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 2,7%, em 2017. Em 2016, o déficit do INSS chega aos R$ 149,2 bilhões (2,3% do PIB) e em 2017, está estimado em R$ 181,2 bilhões. Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão.

— Não é derrota eventual, ou não votação da Previdência, que inviabiliza o governo. O governo já se fez, já foi feito e continuará a fazer — declarou, tentando desvincular o governo de um revés caso a reforma seja derrubada pelo Congresso, e acrescentou: — Muitos pretendem derrotá-la (reforma) supondo que, derrotando-a, derrotam o governo. Não é verdade. Derrotam o Brasil — emendou.

A reforma previdenciária está pronta para ir ao plenário da Câmara há seis meses.

Temer também aventou uma aprovação da reforma, mas com mais flexibilizações em relação à proposta que está parada na Câmara. Ele disse que é possível um "avanço", e citou que "quem venha depois", em possível alusão ao presidente do Brasil no mandato de 2019, pode também revisar a Previdência Social.

— Quem sabe conseguimos dar um avanço, que permita quem venha depois, mais adiante, fazer uma nova revisão, quem sabe, da Previdência Social.

Ao contemporizar uma possível rejeição da reforma, em busca de tirar a responsabilidade de si, o presidente afirmou que a reforma não é dele, mas do "governo compartilhado" — Planalto e Congresso Nacional. Ainda, Michel Temer sustentou que o governo "não falhou em um momento sequer" desde maio do ano passado, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi vice por mais de cinco anos.

Temer investiu cerca de oito dos 20 minutos do discurso para comparar dados econômicos da gestão da petista e do atual governo.

Fonte: O Globo (07/11/2017)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".