sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Mundo: Milhares de aposentados pedem 'pensões dignas' na Espanha

Manifestantes defendem reajuste de acordo com a inflação

 
Milhares de aposentados espanhóis protestaram, atendendo à convocação dos sindicatos em defesa das aposentadorias e para cobrar que elas sejam "mais dignas". As manifestações aconteceram em Madri, além de diversas outras cidades do país.

Com apitos e fitas marrons, que identificam sua causa, os manifestantes exigiram ao governo do conservador Mariano Rajoy um reajuste anual em suas aposentadorias de acordo com a inflação. Os preços subiram 1,2% em 2017, mas, desde 2016, o governo só reajustou 0,25% nas pensões.
— Dá vergonha que só aumentem 0,25% — disse José María Elías, de 66 anos.
O garçom aposentado, que recebe hoje 950 euros mensais, foi um dos vários manifestantes que se reuniram em frente ao Congresso de Madri. Outros protestos também aconteceram em Barcelona, Bilbau, Sevilha e Granada.
— Que todos os corruptos devolvam o que roubaram e coloquem tudo no fundo de reserva das pensões — protestou Elías, referindo-se aos escândalos de corrupção do Partido Popular, do qual Mariano Rajoy faz parte.
O governo, que implementou rígidas políticas de austeridade durante a crise econômica, é criticado duramente pela oposição por ter "esvaziado" o fundo, que chegou a ter 66.000 milhões de euros em 2011.


— Eles se encarregaram de destruir o sistema público dos aposentados — disse Josefa Albalá, de 77 anos, que afirma ter podido dar "o que comer" para sua filha divorciada e desempregada graças à aposentadoria.
Em uma acalorada sessão no Senado, nesta terça-feira, um senador do Partido Socialista acusou Rajoy de querer "privatizar as pensões". O presidente do Governo espanhol afirmou que a manutenção e preservação do sistema está entre suas prioridades. Segundo ele, isso será possível por conta do aumento nas contribuições dos empregados, que têm crescido junto a recuperação econômica.
A baixa taxa de natalidade espanhola (1,33 filhos por mulher) é uma das menores da Europa. Esse envelhecimento rápido da população provocará a diminuição da renda do sistema. Sem uma mudança (aumento na natalidade, imigração), cerca de 25,6% terão mais de 65 anos em 2031.

Fonte: O Globo (22/02/2018)

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