segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Fundos de Pensão: Chefe da Previc dispensa auditor que subsidiou investigação contra Paulo Guedes, cotado para ministro do novo governo


Suspeitas que dispensa de auditor da Previc possa ser retaliação à investigação realizada e possa ser motivada por pressão política

Catorze dias após o Ministério Público Federal em Brasília abrir investigação contra o economista Paulo Guedes, principal assessor econômico de Jair Bolsonaro (PSL), o diretor-superintendente da Previc Fábio Henrique de Souza Coelho dispensou o auditor que deu subsídio às investigações criminais contra o guru e chefiava a equipe de servidores responsáveis pelo auxílio à força-tarefa da operação Greenfield.

No dia 16 de outubro deste ano, Fábio Henrique de Souza Coelho assinou a dispensa de Marcelo Freitas Toledo de Melo de sua a função de Coordenação-Geral de Monitoramento.

Melo foi o auditor responsável por assinar a nota técnica do órgão que deu subsídio à investigação do MPF contra Paulo Guedes, levantando dúvidas sobre os negócios do economista. Os procuradores da República apuram um suposto cometimento de crime de gestão fraudulenta ou temerária envolvendo fundos de investimento, geridos por uma empresa de Guedes, constituídos por aportes de fundos de pensão.

O auditor enviou à Procuradoria do Distrito Federal no dia 1º de outubro a nota técnica com informações referentes às transações financeiras do fundo, 15 dias antes de sua dispensa.

Nesta quinta-feira (25/10), o MPF intimou o diretor-superintendente Fábio Coelho no processo. Segundo o despacho obtido pelo JOTA, os procuradores da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes e Sara Moreira de Souza Leite suspeitam que essa dispensa pode representar “possível retaliação à presente investigação”.

“Tal fato é bastante inusual e não tem precedentes em nenhum outro caso investigado pela presente força-tarefa”, escreveu o MPF na intimação. Fabio Coelho terá de prestar esclarecimentos em até 10 dias úteis.

Os procuradores da República querem saber se o diretor-superintendente sofreu “alguma pressão externa ou política para a edição da portaria”, se há “algum óbice administrativo para o avanço dos trabalhos investigativos dos auditores da Previc” e se a estrutura de apoio da Previc ao MPF será modificada para os demais casos.

Procurado, Coelho não retornou aos contatos até a publicação desta reportagem. A Previc, questionada por meio de sua assessoria de imprensa, também não respondeu. O espaço será atualizado tão logo isso aconteça.

Fonte: Jota e Guilherme Pimenta (26/10/2018)

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