sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Patrocinadoras: Em recuperação judicial, Oi dilapida patrimônio deixado pela Telebras - prejuízo de R$ 1,3 bi no 3º trimestre


Resultado fraco é decorrente da queda na base da rede fixa e móvel

Em recuperação judicial, a Oi segue com dificuldades de registrar números positivos em seus balanços. O grupo de telecomunicações reportou nesta quarta-feira prejuízo líquido de R$ 1,335 bilhão no terceiro trimestre, montante 25 vezes maior que o prejuízo de R$ 19 milhões de um ano antes. O balanço é um somatório de um resultado financeiro negativo e piora operacional.

O fraco resultado também atingiu as ações da operadora nesta quarta-feira. Por volta das 12h, as ações ordinárias da Oi caíam 4,7% e as preferenciais cediam 1,3%. O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, mas que não têm os papéis da operadora em sua composição, subia 0,35%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, ou de rotina, somou R$ 1,459 bilhão, queda de 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda ajustada, na mesma comparação, caiu 0,3 ponto percentual, para 26,6%.

A receita líquida total recuou 8,1%, para R$ 5,481 bilhões, com a receita no Brasil registrando queda de 8,2% na mesma comparação. A empresa explicou que a queda na receita na comparação anual reflete o impacto do reajuste das tarifas concedido em julho de 2017, mas que a tendência é de melhora na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre, a receita líquida total da Oi recuou 1,2%.

“A comparação sequencial mostra uma melhoria de tendência, com desaceleração de queda, principalmente em função da boa performance da mobilidade, que apresentou o maior crescimento sequencial de receita líquida de clientes do mercado”, justificou a Oi no material de divulgação do balanço.

Interpretação do mercado
“O desempenho da Oi seguiu fraco neste terceiro trimestre com queda tanto na base da rede fixa quanto da rede móvel”, destacou a equipe da corretora Coinvalores em nota a clientes, chamando atenção também para a queda no uso de dados, pressionada principalmente pela significativa retração no número de clientes da categoria pré-pago.

Os custos e as despesas operacionais caíram 7,7%, para R$ 4,022 bilhões. A Oi destacou que considerando a inflação em 12 meses de 4,5%, as despesas recuaram 11,9% em termos reais ante o terceiro trimestre de 2017.

De acordo com o balanço, o resultado financeiro consolidado ficou negativo em R$1,455 bilhão, ante resultado positivo de R$ 17 milhões no terceiro trimestre de 2017 e resultado negativo de R$ 1,199 bilhão no segundo trimestre.

Segundo a Oi, a piora na base anual decorre de receitas financeiras contabilizadas no terceiro trimestre de 2017, quando o item ‘resultado cambial líquido’ ficou positivo em R$ 857 milhões devido à valorização do real ante o dólar, ante resultado negativo neste ano de R$ 279 milhões.

Operações internacionais
No terceiro trimestre, os investimentos (capex) consolidados, considerando as operações internacionais, somaram R$ 1,526 bilhão, alta de 13,4% na comparação anual. As operações brasileiras apresentaram um capex de R$ 1,5 bilhão— alta de 12,2% ante o terceiro trimestre de 2017.

A companhia fechou o trimestre com caixa de R$ 5,161 bilhões e uma dívida líquida de R$ 10,976 bilhões. A dívida recuou 75,1% em relação a igual intervalo do ano passado, em consequência da conclusão do processo de recuperação judicial, mas subiu 9,5% frente ao segundo semestre de 2018.

A operadora justificou que a evolução da dívida líquida é decorrente, principalmente, do aumento da dívida bruta no período. “Vale ressaltar que no terceiro trimestre de 2018 a companhia iniciou os pagamentos de credores trabalhistas, em linha com o estabelecido no plano de recuperação judicial, tendo sido pagos o total de R$ 70 milhões no período.”

Fonte: Monitor Mercantil (14/11/2018)

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