quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Meu Bolso: Com queda da Selic para 4,5% ao ano, veja o que fazer com os seus investimentos



Mais uma vez, ontem (11), o Banco Central cortou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 4,5% ao ano, e a Selic deve se manter no menor patamar da história em 2020

Mais uma vez, ontem (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual, para 4,5% ao ano. Analistas preveem que o atual ciclo de corte de juros, iniciado em julho, pode ter chegado ao fim, mas que a Selic deve se manter no menor patamar da história em 2020.

O mercado espera que a taxa básica de juros esteja em 4,50% no final do ano que vem, segundo o último Boletim Focus do BC. De pano de fundo, estão a carona na queda de juros no mundo e a estabilidade na inflação, enquanto o crescimento econômico dá leves sinais de melhora, mas ainda patina.

"É momento do Banco Central observar o efeito das quedas de juros até agora, que são vistos com um atraso de cerca de seis meses", diz Micharel Viriato, coordenador do Laboratório de Finnaças do Insper.

Nesse cenário, resta ao pequeno investidor seguir em busca de alternativas de maior risco, que talvez ainda não sejam tão conhecidas, tanto na renda fixa quanto na renda variável. É preciso continuar adicionando mais tempero na mistura de investimentos para ter o gostinho dos retornos maiores.

Todas as mudanças na carteira de investimentos, no entanto, devem ser feitas com estratégia e cautela. "Não é porque os juros caíram que você tem que correr para fazer mudanças. Essa queda já era esperada e o investidor deve se preocupar com o portfólio de forma geral, olhando para um horizonte de longo prazo", diz Viriato.

Mesmo para investidores mais conservadores, vale ter um pouquinho de renda variável no portfólio, dizem especialistas. Comece investindo até 5% em fundos multimercados, fundos imobiliários ou fundos de ações. Esses investimentos podem se beneficiar do crescimento das empresas brasileiras listadas na bolsa e do mercado imobiliário esperado para os próximos anos. À medida que se sentir confortável, você pode ir aumentando a parcela de renda variável e diversificando.

Na renda fixa, o segredo é adicionar na panela algum tipo de risco. Segundo Leandro Loiola, planejador financeiro certificado pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), o risco pode ser de prazo, de crédito ou um pouquinho de tudo.

Isso significa buscar títulos de prazos mais longos, que oferecem taxas mais altas, desde que você esteja disposto a esperar para resgatar o dinheiro. Também significa buscar títulos de bancos ou empresas de "pior qualidade", que têm mais risco que o Tesouro Direto. Podem ser LCIs e LCAs que pagam mais de 80% do CDI ou CDBs que pagam mais de 100% do CDI.

No caso dos títulos de crédito privado é mais fácil investir por meio de fundos de investimento, os chamados fundos de crédito privado. Como o risco de crédito deles é maior, porque eles são emitidos por empresas e não pelo governo, vale a pena contar com um gestor profissional para escolher os melhores papéis.

O mesmo vale para fundos de renda fixa, que podem mesclar títulos e ser uma alternativa interessante para o investidor neste momento. Bons gestores podem ajudar a ganhar dinheiro agora.
"A maneira mais saudável de adicionar risco na carteira de investimentos é com equilíbrio. O investidor precisa ter renda fixa na parte mais conservadora do portfólio, e os fundos de investimento são uma ótima ferramenta para isso", diz Bernardo Teixeira, especialista em fundos da Ativa Investimentos.
E a reserva de emergência?
O tempero do risco nos investimentos tem limite. Todo investidor deve ter aplicado o equivalente entre três e seis meses de renda em um investimento com baixíssimo risco e liquidez diária, que possa ser resgatado em uma situação de imprevisto. Mas onde investir a reserva de emergência com a Selic em 4,5% ao ano?

Está cada vez mais difícil encontrar fundos DI, que seguem a taxa básica de juros e têm liquidez diária, com potencial para dar rentabilidade acima da inflação para seus cotistas. Com a redução da Selic para 4,5% ao ano, fundos com taxas de administração acima de 0,70% têm rendimento líquido tão baixo que perdem até para a inflação, considerando os descontos de imposto de renda, segundo as contas do planejador financeiro Leandro Loiola.

Quem está em um fundo caro deve sair e ir atrás de melhores opções. O caminho pode ser buscar fundos DI com taxa zero em plataformas de investimento como a Órama, Pi, BTG Digital e Rico.

O papel Tesouro Selic também segue como uma alternativa interessante para deixar a reserva de emergência, mas cobra taxa de custódia, que vai para a B3, de 0,25%.

E falando em Tesouro Direto, não é hora de investir em títulos prefixados, já que ninguém tem muita certeza do que vai acontecer com a taxa básica de juros, pelo menos num prazo mais longo. Se houver uma reviravolta no cenário e a Selic subir, esses títulos podem perder valor.

Já os títulos indexados à inflação de curto prazo ainda oferecem taxas interessantes, segundo especialistas, desde que o investidor leve os papéis até o vencimento. É difícil para o pequeno investidor escolher a hora certa de vendê-los antes do vencimento há risco de prejuízo.

Fonte: Valor Investe (12/12/2019)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".