sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Fundos de Pensão: Pandemia é ‘janela de oportunidade’ para previdência complementar fechada, diz Abrapp



‘As pessoas estão poupando mais, é a poupança do medo; precisamos transformar em esperança’, diz Luís Ricardo Martins, diretor-presidente da entidade, que almeja elevar patrimônio dos fundos de R$ 1 trilhão para R$ 2 trilhões nos próximos anos

A pandemia do novo coronavírus fez o nível de poupança da população crescer ao maior nível desde 1995, e isso representa uma janela de oportunidades para o segmento de previdência complementar, afirmou nesta quinta-feira (17) Luís Ricardo Martins, diretor-presidente Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, a Abrapp.

Durante “live” de balanço do desempenho do sistema de previdência complementar fechada neste 2020 marcado pela covid-19, o dirigente afirmou que o setor “já voltou ao patamar pré-pandemia” e destacou os principais números do balanço das entidades – em especial os 900 mil aposentados e pensionistas que receberam R$ 68 bilhões de benefícios públicos neste ano, além dos 2,8 milhões de trabalhadores na ativa esperando a aposentadoria.

“Temos um sistema que se reinventou em um processo de modernização, à luz do esgotamento da relação tradicional entre empregador e empregado, e passou a empunhar novas bandeiras, como a do plano-família e a previdência complementar do servidor público, talvez a discussão mais importante do país hoje”, afirmou Martins.

Segundo ele, o medo que fez a população passar a se preocupar mais com a poupança para fins de saúde e aposentadoria pode ser um empuxo para o setor atingir suas metas de dobrar o patrimônio dos fundos, dos atuais quase R$ 1 trilhão para R$ 2 trilhões nos próximos anos, e de ampliar dos atuais 21 para até 72 a quantidade de entidades que adotaram algum tipo de plano-família para seus funcionários.

“A pandemia é grave, a população está com medo, querendo proteção. As pessoas nunca refletiram tanto sobre doença, morte, estilo de vida e comportamento quanto agora. Some-se a isso o Estado cada vez mais distante daquela condição tradicional de grande provedor das previdências públicas, e temos uma nova janela de oportunidade. As pessoas estão poupando mais, por medo. Precisamos transformar isso em uma poupança por esperança”, comentou.

Principal pleito: alíquota zero após 20 anos

Martins destacou ainda os principais pleitos da Abrapp atualmente, em especial a revisão das alíquotas tributárias incidentes sobre os planos, com uma demanda por redução a zero do imposto cobrado em aplicações por mais de 20 anos.

“A pessoa que poupa por tanto tempo está renunciando ao consumo, está acumulando poupança de longo prazo, algo de que o país precisa. A alíquota deveria ser reduzida a zero nesses casos, para essa pessoa gozar inteiramente de seu benefício. Se isso acontecer, vamos dobrar, triplicar essa modalidade de poupança no país”, comentou.

No âmbito da reforma tributária, ele salientou ainda que a entidade pede a possibilidade de postergação da opção pelo regime de tributação da previdência e a habilitação do regime de lucro presumido para as empresas do setor.

Fonte: Valor Investe (17/09/2020)

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