segunda-feira, 6 de julho de 2009

Aplicações dos Fundos de Pensão

Bolsa: Mercado especula impacto da maior exposição dos fundos

A queda da taxa Selic para o patamar de um dígito colocou os fundos de pensão brasileiros na rota das atenções dos mercados. A necessidade de tomar mais riscos deve motivar uma migração dos gestores para a bolsa, alimentando expectativas quanto aos impactos desse dinheiro novo na BM&F Bovespa.
O consenso aponta para as entidades de previdência complementar diversificando para ativos de maior risco, em busca de cumprir as metas atuariais. A redução do juro básico para 9,25% ao ano encolheu o retorno dos títulos públicos. Patamar incompatível com o target comum de 6% mais a variação da inflação.
Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch crê que os fundos de pensão deverão aumentar a compra de ações nos próximos meses para melhorar a rentabilidade. E tais fluxos de investimentos poderão mover o mercado. Antes da queda da Selic, a alocação em renda fixa permitia uma média de retorno anual de 17% desde 2002.

Médio prazo
"Não concordamos com a visão consensual de que os administradores de fundos de pensão irão se mover agressivamente para as ações no curto prazo", rebate a equipe da Itaú Corretora. Para os analistas, esses players estariam mais voltados em iniciativas para proteger seus recursos, ao invés de tomar mais riscos.
Além disso, ainda conforme a instituição, a diminuição da exposição em ações foi implementada de forma passiva. "Portanto, parece lógico assumir que eles irão também elevar a participação em bolsa passivamente". Outro ponto destacado é que, apesar das perdas de 2008, o setor está bem capitalizado. No médio prazo, contudo, a análise é mais favorável sobre a migração. Estima-se que o fluxo para a bolsa pode alcançar R$ 27 bilhões durante o período de quatro anos.

Legislação
A discussão passa por mudanças no arcabouço regulatório. Atualmente não é permitida a alocação de mais de 58% do capital em ações ou outras alternativas além da renda fixa. Integrantes do Governo já discutem a possibilidade de autorizar uma exposição maior em investimentos com potencial mais elevado de retorno.
A expectativa é que as mudanças sejam submetidas ao CMN (Conselho Monetário Nacional) dentro de dois meses. Atualmente os gestores aplicam mais de 60% de seus recursos em renda fixa. Ao todo o sistema de previdência complementar do Brasil responde por R$ 442 bilhões de ativos.
Fonte: InfoMoney (06/07/2009)

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