Num momento em que o Partido da Lei e
da Justiça, atualmente no poder, impõe grandes mudanças ao dinâmico
sistema previdenciário do país, um grupo de aposentados em especial
tende a sofrer as maiores consequências: os ex-membros do aparato de
segurança comunista.
Trata-se de uma questão de “justiça
social” corrigir o erro de premiar com altos benefícios previdenciários
aqueles que “suprimiram a liberdade e a independência” da Polônia sob o
repressivo regime comunista, afirmou o primeiro ministro polonês Mariusz
Blaszczak, segundo a Rádio Polônia.
A decisão é apenas uma das mudanças
propostas, as quais são bem mais abrangentes e afetarão todo o sistema
previdenciário. Entre elas está a apropriação parcial, pelo governo
conservador, dos 139 bilhões de zloty (US$ 35 bilhões) em recursos de
trabalhadores atualmente investidos em fundos de pensão privados
garantidos pelo Estado.
Alegando ineficácia do sistema, o
governo anunciou, no início de julho, que o mesmo seria extinto
lentamente conforme um cronograma a ser definido ao longo do ano. A
maior parte desses ativos será transferida para novos fundos mútuos, e
outra parte para um fundo de reserva sob responsabilidade do Estado.
De acordo com a agência de notícias Bloomberg,
pelo menos um quarto dos recursos ficará sob o controle do Estado,
configurando uma estatização parcial dos fundos de pensão a exemplo do
que se observou na Hungria e no Cazaquistão.
Segundo a nova legislação, os
empregadores serão obrigados a oferecer a seus empregados planos de
pensão de adesão voluntária, disse a Reuters. Os empregadores
contribuirão com 1,5% do salário do funcionário para os novos planos,
enquanto o Estado vai contribuir com 0,5%.
Aos empregadores serão oferecidos
incentivos para elevar as contribuições em um ponto percentual e os
trabalhadores terão a opção de contribuir com até 4% de seus salários.
Espera-se que a reforma ajude a reduzir a dívida pública da Polônia, bem como aumentar os investimentos na bolsa de valores.
Estima-se que a redução dos benefícios
de 32 mil ex-oficiais das forças de segurança comunistas resulte numa
economia de 135 milhões de zlotys (US$ 34 milhões) aos cofres públicos.
- Tentativas recentes da Polônia de vir a termos com seu passado comunista incluem planos de realocar monumentos soviéticos.
- Espera-se que os novos planos de pensão reduzam a dívida pública do país em 2%.
- Ainda pendente de aprovação do Parlamento, a nova legislação deve entrar em vigor em 2018.
Fonte: Suporte Consult (20/07/2016)
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