Executivos do Banco do Brasil querem que a Previ triplique o atual teto do benefício, de R$ 27 mil. A meta é manter ganhos da ativa Os dirigentes do Banco do Brasil pretendem triplicar o teto de aposentadorias pagas pela Previ, o bilionário fundo de pensão dos funcionários da instituição: de R$ 27 mil para R$ 81 mil. Na prática, eles querem garantir como benefício, após pendurarem as chuteiras, pelo menos o valor que recebem atualmente na ativa, de até R$ 40 mil, que é o salário do presidente do BB, Aldemir Bendine. Tirarão proveito das mudanças - se aprovadas - os 27 diretores, os nove vice-presidentes, além do presidente. Porém, se seus vencimentos aumentarem daqui para a frente, a aposentadoria também acompanhará a correção, ou seja, o teto será elástico. Conforme informações obtidas pelo Correio, o limite atual de R$ 27 mil alcança até o salário de gerente-geral. Todos os outros 37 cargos de direção têm remuneração acima desse valor. O pedido da diretoria do BB foi encaminhado em abril deste ano à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), do Ministério da Previdência Social, que regulamenta e fiscaliza o setor. Ainda não há decisão do órgão, que já havia recebido esse pedido no ano passado, mas o pleito foi retirado pelo comando do banco estatal. A possibilidade de se triplicar o teto de R$ 27 mil já causou reação dos dirigentes da Previ eleitos pelos empregados, que são contra. A aposentadoria paga pelo maior fundo de pensão do país, que tem R$ 152 bilhões em caixa, corresponde a 90% da média dos últimos 36 salários mensais atualizados, após 30 anos de serviço, prazo válido para homens e mulheres. O argumento dos altos executivos do banco, quase todos, funcionários de carreira, é de que eles se aposentarão com valor abaixo do que ganham na ativa, se mantido o atual teto de R$ 27 mil, que foi fixado em 2008. O que, para eles, não é justo. Divergências Funcionário de carreira há 29 anos, Aldemir Bendine está na presidência do BB há dois anos com total apoio do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Permanecendo mais um ano à frente da maior instituição financeira da América Latina, terá direito a ter a aposentadoria calculada sobre a remuneração atual, em torno de R$ 40 mil por mês, caso a proposta de elevação do teto seja aprovada. Hoje, seu benefício pago pela Previ seria de R$ 27 mil. Os executivos do Banco do Brasil alegam que poucos receberiam acima do limite atual, pois a média de permanência nas diretorias, nas vice-presidências e na presidência do BB é de dois anos, em média. Assim, não haveria motivo para tanta revolta, na avaliação deles. Além da aposentadoria da Previ, os empregados do BB recebem o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de até R$ 3.689,66, uma vez que são contratados pelo regime celetista e contribuintes obrigatórios da Previdência Social. Procurada, a Previ informou que não se manifestará sobre o assunto "nesse momento". A diretoria do BB também não quis comentar o tema. Os demais funcionários do banco não estão nada satisfeitos com a proposta de elevar o teto das aposentadorias para até R$ 81 mil. Argumentam que nenhum deles repassa recursos à Previ há três anos. Logo, não têm direito de calcular a aposentadoria com base na remuneração atual, já que não contribuíram sobre os valores mais altos, enquanto ocuparam os cargos. O recolhimento, tanto da parte do empregado quanto do patrocinador, o BB, foi suspenso por haver dinheiro demais no caixa do fundo de pensão.
Distribuição dos lucros
O patrimônio da Previ atingiu R$ 152 bilhões após três anos seguidos de superavit, ou seja, conseguiu rendimentos acima das metas atuariais definidas a cada ano para pagamento dos benefícios a seus associados. Por isso, o fundo de pensão começou a distribuir R$ 7,5 bilhões dos resultados a 87 mil participantes ativos e 37 mil inativos. Serão, na média, R$ 1.220 para cada um, ao longo de cinco anos. O Banco do Brasil, como patrocinador da fundação, já recebeu R$ 7,5 bilhões.
Fonte: Correio Braziliense (07/06/2011)
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