Final de ano é sempre um tempo para reflexões. O que será deixado para trás, o que será adotado, implantado, mudado? Planejamentos e metas são fechados, alguns são contratados e outros voltam ao mercado. Já falei aqui sobre o que fazer após se aposentar, mas muitos leitores pediram para que eu abordasse os assuntos diretamente envolvidos nessa questão.
Nossa vida de trabalho, na verdade, começa muito cedo. É logo na escola, quando se recebem as primeiras tarefas que começamos a ser testados e treinados para o futuro. A noção de recompensa já começa a se desenvolver também: para os trabalhos bem feitos, boas notas; já para os maus alunos, recuperação ou reconstrução.
Mas é por volta dos 16 anos, em média, que se começa a trabalhar. Na conta, são 40, 45 anos de trabalho, fora os de estudo, com uma aposentadoria prevista para os 55, 60 anos aproximadamente. Uma dura e longa jornada, não? Não, se a escolha pela profissão for a correta. O problema na hora de as pessoas puxarem o freio de mão, a meu ver, é muito ligado à cultura. O que observo de maneira geral aqui no Ocidente é que as pessoas têm pouca intimidade com o ócio.
Do lado de cá do mundo, fazer nada é geralmente comparado à vagabundagem e, inclusive, “preguiça” e “falta de trabalho” são palavras diretamente relacionadas a Ócio no dicionário.
Quais são os benefícios e malefícios por trás de parar ou continuar trabalhando? O primeiro ponto a ser levado em consideração é se a pessoa tem condições financeiras para viver com conforto nessa nova etapa da vida. Os gastos com medicamentos e assistência médica inevitavelmente tornam-se maiores, além dos outros gastos comuns já existentes.
Por que parar?
Chega o momento na vida em que é preciso descansar depois de tantos anos de trabalho. É a hora de passar mais tempo com a família, viajar mais e relaxar. Recompensa muito merecida para quem soube planejar a sua aposentadoria durante toda a vida profissional, pagou os impostos e guardou dinheiro no banco. Para esses, o dia da aposentadoria chega e muitos se sentem perdidos, sozinhos e entediados. Pessoas vêm me perguntar o que fazer ao “parar”. Na verdade, não se trata de parar, mas de utilizar as energias para realizar tarefas diferentes.
Tenho recomendado às pessoas que estudem, por exemplo, Filosofia. Estudar e entender melhor a existência das coisas, o conhecimento, os valores que compõe a sociedade e outras coisas ajuda também a dar um direcionamento para o momento “pós-carreira”. Outra opção é dedicar-se àquele hobbie ou passatempo deixado há anos por causa do trabalho. Lembra quando você era adolescente e gostava de pintar, tocar violão ou dançar? Essa é a hora para retomar essas antigas paixões.
Por que continuar?
Muitas pessoas, ao alcançarem a quantidade de anos de trabalho necessária para aposentar-se, ainda se sentem ativas e dispostas para continuar trabalhando, pois amam o que fazem. Nesse caso, a dica é óbvia: continue trabalhando enquanto isso lhe fizer feliz, ou sua saúde lhe permitir.
Entretanto, se você gostaria de descansar um pouco, porém não quer ficar parado por motivos financeiros ou pelo simples fato de ainda ter disposição, aposte em outras atividades que lhe proporcionem uma fonte de renda, porém que não sejam tão desgastantes. Nesse momento, existem diversas possibilidades dentre as quais você pode escolher a que mais combina com você, como a pintura, a costura, a fotografia, a música, enfim, as artes em geral. Isso lhe dará um novo motivo para manter-se trabalhando, mas num ritmo menos acelerado, proporcionando autonomia para você fazer seus horários e dar preferência a outros aspectos em sua vida. Lembre-se: nunca é tarde para aprender ou reaprender alguma coisa.
Manter-se ocupado em uma atividade menos cansativa agrega novos conhecimentos e aprendizados, além de fazer com que o indivíduo sinta-se renovado, renascido e pronto para começar uma nova etapa da vida.
Fonte: Bernt Entschev (13/12/2011)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Aposentadoria: Até quando trabalhar?
Postado por
Joseph Haim
às
13:03:00
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Aposentadoria
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