terça-feira, 18 de julho de 2017
Anapar: Transformaram a figura do déficit nos fundos de pensão em rombo e isso não é verdade
"A intenção do governo ilegítimo de Temer em transferir a gestão dos fundos de pensão para o mercado é um grande equívoco. Isso porque além de trazer prejuízos financeiros aos participantes, também trará grande perca no poder de investimento e fomento do Estado brasileiro. Justamente no momento em que a economia mais precisa de incentivos para sair da recessão.
“Quando o regime militar criou os fundos de pensão na década de 70 não foi porque ele acordou um dia de manhã de coração aberto, mas sim porque precisava de uma poupança de longo prazo, precisava de recursos para fazer investimentos, precisava fomentar o mercado e precisava livrar a União das aposentadorias das estatais”, relembra o presidente da Anapar, Antônio Braulio de Carvalho no XVIII Congresso dos participantes de fundos de pensão. Assista aqui.
Hoje, os recursos administrados pelos fundos de pensão chegam ao montante de R$ 800 bi. Mas algumas atuações do sistema, na avaliação de Braulio, tem dificultado a confiança no próprio sistema. Ele cita as referências negativas na mídia dos fundos de pensão, quando praticamente 99% das notícias que são veiculadas têm viés prejudicial à previdência complementar.
“Isso, muitas vezes, incentivado porque não há reações dos participantes. Nós permitimos, e o sistema como um todo é o grande responsável por isso, transformar a figura do déficit em rombo, como se isso tivesse sido um grande desvio, ou tivesse sido uma péssima gestão dos benefícios e planos. Por isso as pessoas não se animam a participar dos fundos de pensão, o que é um grande equívoco”, explica Braulio.
No passado, no ano de 1999, por exemplo, quando a taxa básica de juros chegou a ser 45% ao ano, era impossível um fundo de pensão ter superávit. Praticamente todos conviviam com déficit antes da resolução 26.
“Nós não estávamos empossados como sujeitos nesse processo. Só íamos discutir previdência complementar um ano antes da aposentadoria. A maior parte do tempo a gente deixava essa discussão de lado. Naquela época, a patrocinadora indicava Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, fazia o tipo de investimento que quisesse e hoje tivemos um grande avanço”, diz Braulio se referindo a paridade nos conselhos, que inclusive o governo Temer pretende acabar com um projeto de Lei apresentado por Aécio Neves (PSDB-MG)."
Fonte: Boletim ANAPAR (17/07/2017)
Postado por
Joseph Haim
às
23:55:00
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Marcadores:
Anapar,
fundos de pensão
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