sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
TIC: BRPhotonics fecha as portas e desmorona sonho nacional de indústria de componentes
Desmoronou o sonho brasileiro de reavivar seu papel no mercado produtor de componentes, em função do incremento da demanda das aplicações de cloud computing, streaming on demand e do big data. A BRPhotonics, joint-venture entre o CPqD e a norte-americana GigOptix, que iniciou as operações há três anos, fechou as portas em dezembro do ano passado.
Com o fim do projeto, mais de R$ 70 milhões do governo brasileiro foram perdidos. A FINEP, agência de fomento do MCTIC, por exemplo, entrou como acionista e comprou 25% do capital acionário e não há como recuperar os recursos investidos.
A BRPhotonics foi criada para produzir chipsets para dispositivos fotônicos e microeletrônicos para sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade e recebeu todo apoio do governo federal. Expectativa era ambiciosa e se falava em alcançar R$ 30 milhões de receita num período de dois anos. Mas nada disso aconteceu. A norte-americana GigOptix foi comprada e desistiu da iniciativa. Sozinha, a BRPhotonics não seguiu adiante.
À época do lançamento, os planos eram audaciosos. "Não queremos ser uma empresa pública. Achamos que temos condições de ser uma empresa privada de chips do Brasil, mas não pensando em atender tão somente a demanda interna do país. O nosso plano é exportar mesmo. É ampliar a relação com países como Estados Unidos, Irlanda e Alemanha. Já articulamos uma nova rodada de investimentos para ampliarmos a capacidade da fábrica - que hoje é de produção de 12 mil a 15 mil dispositivos ópticos em 2018", revelou em entrevista ao portal Convergência Digital, o então presidente da BrPhotonics, Júlio César Rodrigues de Oliveira.
Descontinuada, a empresa está recebendo propostas fechadas de interessadas em seu parque fabril até o dia 28 de fevereiro. A Skylane Optics é uma das interessadas nas instalações industriais da BrP, principalmente na linha de dispositivos fotônicos integrados, em substrato de polímero e em silício, o receptor em silício, e o laser sintonizável de cavidade externa. A empresa está capacitada para fazer todo o processo fabril e produzir cerca de 1000 chipsets por mês.
A fábrica em Campinas fornece os dispositivos que integram os transmissores e receptores ópticos das redes de transmissão de 100 Gbps até 1 terabyte por segundo (Tbps), em redes de fibra óptica de longa distância ou metropolitanas (metro) e para prover conectividade em cloud computing. Oficialmente, apenas dois países fabricam esse chipset: Cingapura e Bélgica, país de origem da Skyplane Optics.
Fonte: Convergência Digital (22/02/2018)
Postado por
Joseph Haim
às
08:06:00
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