segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Planos CPqD: Esclarecimento de algumas dúvidas de participantes ativos e assistidos quanto a migração do CPqDPrev ao InovaPrev

Segue o esclarecimento de algumas dúvidas recebidas de participantes ativos e assistidos do plano CPqDPrev:

- A quantidade de pessoas que migrarão teoricamente não influenciará o plano CPqDPrev, pois as reservas estão sendo contabilizadas individualmente e consideram, para quem fica no CPqDPrev, o pagamento de benefícios até o fim da expectativa de vida de cada um (entre 86 e 88 anos, para quem atualmente tem entre 45 e 70 anos), alem de uma média de vida de seus dependentes, considerando sempre um rendimento real mínimo do plano de 3,8% aa. 
Alguns infelizmente falecerão antes e outros depois de suas expectativas de vida e o plano seguirá gerido de forma mutuária, como atualmente.

- As condições de migração para assistidos foram modificadas, a pedido da APOS, visando o equilíbrio do CPqDPrev e não estão mais tão vantajosas como originalmente. Acabou a possibilidade de migração e resgate de 25% para assistidos.

- Alem do Inova não ser vitalício, é um plano CD puramente financeiro (somente a Contribuição é Definida) e individual (sem mutualismo), com benefício real de aposentadoria indefinido, pois baseia-se em cotas, que podem variar mensalmente ou anualmente, em função da valorização ou desvalorização dos investimentos da Sistel. É um plano de risco somente para o participante, que exigirá intervenção sistemática dos assistidos para moldar os benefícios a sua necessidade momentânea. É um plano Chacrinha, que acaba quando termina o seu dinheiro. Para ter uma ideia, a valorização dos planos da Sistel nestes últimos 12 meses foi de -7,5%, mas as simulações estão sendo feitas com um valorização de 3,8% aa.

- Já o CPqDPrev é um plano de Contribuição Definida durante a fase ativa e de Benefício Definido durante a aposentadoria e serve para quem não quer correr grandes riscos durante a aposentadoria, acredita que terá uma vida longa, com benefício fixo e reajustável anualmente pela inflação (INPC). Neste plano os riscos são compartilhados com a patrocinadora.

- O medo de permanecer no CPqDPrev como ativo ou assistido com receio de pagar eventuais déficits futuros do plano junto com a patrocinadora, mesmo na situação que alguns assistidos e ativos com idade atual superior a 57 anos não tenham que arcar com estes déficits, é puramente especulativo e não deve servir como pretexto único para migrar, pois caso ocorra um déficit no CPqDPrev, o mesmo ocorrerá no Inova e nos outros planos da Sistel, só que no Inova o déficit tem outro nome, redução dos valores da cota ou benefício futuro. Importante lembrar que os investimentos da Sistel são feitos em bloco e cotizados por planos (exceto o PBS-A, que alem do bloco tem parcela em imóveis), logo se um vai mal o outro também irá, com a diferença que no CPqDPrev o assistido não terá o risco de ver seu benefício vitalício sendo variado. Para os ativos, possíveis déficits ou perdas durante o período de contribuições, terão exatamente o mesmo efeito na aposentadoria.

- Sugiro a leitura do seguinte post, que explica bem o comportamento atual dos planos CD puros, como o Inova, de outros fundos de pensão. Este documento foi emitido pela Anapar (Assoc. Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), única entidade que nos representa nos Conselhos da Previdência Complementar.

- Logicamente existem aspectos familiares, relativos a cônjuge, herdeiros e fatores de saúde, que devem ser levados em consideração e neste aspecto o Inova traz uma vantagem para participantes que viverão menos que sua expectativa de vida e para viúvos(as).

- Para aqueles que ainda estão na ativa e que optaram em 2000 pelo Benefício Saldado -BS (reservas transferidas do PBS-CPqD ao CPqDPrev), a migração ao Inova não é interessante (a menos que se aposentem logo depois de migrarem), pois perderão o excelente benefício garantido que esta reserva apresenta para sua aposentadoria, sem influência de variações futuras da economia. Quanto maior o BS e maior o tempo em que permanecerão como ativos, maior a vantagem de não migrar.

- Ainda para os ativos próximos da aposentadoria e que não querem mais depender da Sistel durante sua aposentadoria e pretendem pedir resgate integral de suas reservas, a migração é interessante para este perfil, pois poderão resgatar 100% de suas reservas e da patrocinadora. Haja imposto de renda a pagar sobre o resgate e tempo de sua aposentadoria para aplicar bem seu dinheiro e melhor que a Sistel!

- Para aqueles que não pretendem migrar, o melhor é omitir-se e não assinar nada, ou seja, não fazer qualquer opção. O regulamento atual do CPqDPrev determina que a omissão a qualquer opção garante sua permanência no CPqDPrev.

Enfim, cada caso é um caso e cada um deve analisar sua situação individual e familiar sem a intromissão de terceiros e fazer ou não sua opção conscientemente.

Para conhecer outras diferenças entre os dois planos, consulte o seguinte link.

Um comentário:

  1. Como sempre, bastante informativo seu Blog Joseph. Se eu tinha alguma dúvida (e eu não tinha!), seu esclarecimento ajudou muito na decisão. O resto é com a consciência de cada um, pois além de cada caso ser (quase) único, tem as questões imponderáveis, as variáveis no tempo e as que são difíceis de serem simuladas. Quem viver verá e quem não viver, talvez veja também!

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