A percepção sobre a necessidade de se prover educação financeira desde a
infância vem ganhando espaço no país. Segundo estudo recente da Boa
Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), 88% dos brasileiros
consideram muito importante a educação financeira para crianças, contra
76% registrado no ano passado. O levantamento também revela que 49% têm
o hábito de poupar para os filhos.
Ricardo Humberto Rocha, professor de finanças do INSPER e autor do livro Como esticar seu dinheiro – educação financeira para família,
afirma que a partir da pré-escola já é possível incentivar a criança a
fazer contas e ensinar-lhe o valor da moeda. “Nessa fase é importante
que os pais apresentem o conceito do cofrinho e mostrem como é possível
poupar dinheiro para alcançar um objetivo no futuro”, diz.
Na opinião do especialista, as escolas têm um papel diferente nesse
processo. “Elas devem se preocupar em ensinar corretamente português e
matemática, porque o maior problema que observo hoje é a dificuldade das
pessoas para interpretar textos e fazer contas. Se desde a infância
esses ensinamentos forem melhor trabalhados, as pessoas terão condições
de entender o mundo financeiro por conta própria”, acredita.
Consumo
Educar os filhos a consumir de forma responsável não é uma tarefa
simples. No dia a dia, é um grande desafio explicar às crianças que elas
não podem ganhar tudo o que pedem e na hora que querem. Uma pesquisa do
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) comprova que a maioria das mães brasileiras
não está preparada para isso, já que 60% não resistem ao pedido dos
filhos na hora das compras.
Muitas vezes, nem é preciso que os filhos manifestem o desejo de ganhar
um presente para recebê-lo: 59,6% das mães compram produtos
“supérfluos” sem que eles peçam, apenas pelo prazer de vê-los usarem
coisas que gostam.
“O estímulo ao consumismo, não raro, começa dentro de casa. As mães
querem sempre satisfazer seus filhos, o que é compreensível, mas a
vontade de agradar as crianças não pode se sobrepor às condições do
próprio bolso”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Para o educador financeiro Reinaldo Domingos muitos
pais têm dificuldade em transmitir o significado do dinheiro aos filhos
justamente porque eles não tiveram esse tipo de orientação no passado.
“Um dos caminhos para essas famílias educarem financeiramente suas
crianças é estimulá-las a identificar seus sonhos de curto, médio e
longo prazo, ensinando-lhes a investigar quanto custam e, juntos,
começar a poupar. A partir dos sete anos isso pode se dar por meio de
semanada ou mesada”, acredita.
Previdência Social
O crescimento da expectativa de vida e o recuo na taxa de fecundidade
do brasileiro são os principais desafios para a sustentação da
Previdência Social no futuro, já que o número de pessoas beneficiadas
cresce muito mais do que aquelas que contribuem. De acordo com o último
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 74,9 anos.
Por isso, os especialistas recomendam que as crianças e jovens de hoje
sejam educados o quanto antes sobre a importância do sistema
previdenciário para a garantia dos direitos dos idosos e aposentados.
Fonte: PrevTotal (13/10/2015)
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