terça-feira, 12 de junho de 2012

TIC: Presidente mundial da Telefonica solicita a Dilma autorização para importar 6.000 técnicos espanhóis alegando falta de mão de obra qualificada no Brasil. Modelo adotado na privatização das teles em 1988 é novamente questionado.


Quebra da Espanha reabre debate sobre privatização

Nos anos 90, quando a América Latina estava no chão, os espanhóis fizeram a feira por aqui; hoje, eles são alvo da desconfiança internacional, pedem socorro e usam suas filiais, como no caso do Santander e da Telefônica, para socorrer as matrizes; é hora de rever a desestatização?

Alguns meses atrás, quando retomou o controle da petroleira Repsol, a presidente argentina Cristina Kirchner foi alvo de uma avalanche de críticas. Estaria quebrando contratos e arriscava levar seu país ao precipício, diziam seus detratores. O governo argentino, por sua vez, argumentava que a Repsol, agora YPF, havia perdido a capacidade de investir num setor estratégico da economia, que é a energia.


Hoje, por mais que se tente atenuar ou maquiar a realidade espanhola, não há meio termo. O país, simplesmente, quebrou. Nesta quinta-feira, por exemplo, a agência de risco Fitch rebaixou o país em três níveis e ainda o colocou em viés negativo – a classificação espanhola é próxima à de países em condição de moratória.
Diante do caos, a Alemanha, de Ângela Merkel, prometeu agir, assim como o Fundo Monetário Internacional, que estima em 90 bilhões de euros a necessidade de capitalização dos bancos espanhóis, que sofrem com a bolha imobiliária. Desempregados ou afetados pela crise, os espanhóis simplesmente não conseguem honrar suas hipotecas.
Essa Espanha de hoje é completamente daquela que, nos anos 90, fez a feira na América Latina. Nos processos de privatização do continente, os espanhóis foram os grandes compradores. O Santander levou o Banespa, a Telefônica adquiriu a Telesp e, mais recentemente, a Vivo, enquanto a Iberdrola levou vários ativos na área de energia.
Esta última empresa, que era sócia da Neoenergia, já fez as malas e anunciou sua intenção de ir embora do País. O Santander, que fez um IPO no Brasil prometendo usar os recursos em investimentos na sua rede nacional, drenou recursos para a Espanha e, na semana passada, apresentou uma proposta indecente à presidente Dilma: a de que o Banco do Brasil, controlado pelo Tesouro Nacional, compre 10% do banco e se torne sócio da crise imobiliária espanhola.
Nada, no entanto, foi tão esdrúxulo quanto o pedido feito pela Telefônica. Cesar Alierta, presidente mundial da companhia, quer que o governo brasileiro facilite a entrada de espanhóis, uma vez que a empresa precisa cortar 6 mil empregos em sua matriz. A alegação é de que seria mão de obra qualificada, não encontrável no Brasil.
Erros da privatização?
Na privatização das telecomunicações, em 1998, havia uma corrente que defendia o controle nacional do setor. Prevaleceu o argumento de que isso não era “moderno” e o Brasil permitiu que ativos importantes passassem a ser controlados por italianos, espanhóis e mexicanos. Hoje, o Brasil tem um dos sistemas de telefonia mais caros e ineficientes do mundo. Há monopólios privados na telefonia fixa, o sinal das empresas de telefonia celular é cada vez pior e a chamada banda larga é de má qualidade e não chega a toda a população.
Prova inconteste de que aqueles que fizeram a feira na privatização talvez não estejam mais tão dispostos a investir. Não é chegada a hora de buscar um novo modelo?
Fonte: Brasil247.com (08/06/2012)
Colaboração : Ítalo Greggio

Um comentário:

  1. É REVOLTANTE E INEXPLICÁVEL ESSA FORMA DO BRASIL "ABRIR AS PERNAS" PARA O EXTERIOR, QUANDO LÁ, SOMOS TRATADOS FEITO BICHOS... TÁ NA HORA DO NOSSO PAÍS DEFENDER NOSSA SOBERANIA... TEMOS PESSOAS CAPACITADAS E INTELIGENTES NO SETOR, DISPONÍVEIS PARA NÃO ADMITIRMOS O INGRESSO DE 6.000 NOVOS EMPREGADOS, ENQUANTO HÁ TANTOS DESEMPREGADOS SENDO MASSACRADOS PELA PRÓPRIA DIRETRIZ POLÍTICA BRASILEIRA...BASTA! FORA TANTA ESTRANGEIRO QUE ALÉM DE SEREM PENETRAS, AINDA NOS HUMILHAM E NOS BLOQUEIAM DENTRO DO QUE É NOSSO!!!! A IBERDROLA TÁ FAZENDO MISÉRIA COM OS POBRES DA MINHA REGIÃO E O SANTANDERT ESTÁ INDO NO MESMO SEGMENTO... ACABANDO COM AS NOSSAS ESCOLHAS E PREFERENCIAS! O ATENDIMENTO DELES É PÉSSIMO E INDIFERENTE!

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