Seu Ajuda e Zé Aposentado, os personagens criados por Fonseca, assistido da Sistel no RJ, voltam à carga e conversam novamente.
Dessa vez a conversa gira em torno das eleições da Sistel e o que elas representam.
Conversa
de Hoje:
As Eleições da Sistel e o que elas representam
São
dois amigos: Zé aposentado e Seu ajuda. Esse é o apelido deles. Não são tão
jovens assim. Ambos trabalharam anos em telecomunicações e se aposentaram pela
Fundação Sistel. Zé aposentado é do tipo descansado. Quer apenas o dinheirinho
no banco, todo final do mês e ir ao médico quando precisa. Seu Ajuda é o
preocupado. Vive acompanhando tudo que trata de aposentadoria e de plano de
saúde.
Foram doze
conversas escritas de 13.02.2016 a 02.05.2016 que estão nos blogs da APAS RJ e Aposentelecom. Em 2017, foram duas “Novas Conversas”, comemorativas dos 20
anos da APAS Rio. Agora em 2018, ai vai uma “Nova Velha Conversa” sobre as
eleições na Fundação Sistel.
Seu
Ajuda – Bom dia, Zé. Já
estamos em 2018! Como o tempo passa.
Zé
aposentado – É verdade. E a gente continuando a jogar conversa fora. Em
2016 tivemos doze conversas. Em 2017, apenas duas. Mas que duas! foram aquelas
que trataram dos 20 anos da APAS Rio. Beleza pura.
.
Seu
Ajuda – E agora em 2018, vai ser mais beleza ainda. Vamos tratar das
eleições.
Zé aposentado – Cruz, Credo! Benza-me Deus. Você está falando das
eleições do Brasil?
Zé
aposentado e seu Ajuda estão sentados na porta da casa do sítio que o primeiro
tem lá para os lados de Petrópolis. Duas poltronas de palha, velhas mas
confortáveis. De onde eles estão sentados dá para ver um riacho que corre ali
por perto. Entre as poltronas, uma
mesinha meio velha e desbotada. Em cima da mesinha, um grande bule de café
quente que eles vão tomando, enquanto conversam.
Seu
Ajuda – Não, isso de eleição do Brasil, eu deixo para você. Estou falando de outra eleição menor, mas que
é muito significativa para nós. Ela nos
toca muito de perto. Nos toca a nós e à nossa família. É a eleição para o
Conselho Deliberativo e Fiscal da Sistel.
Zé aposentado – Ah! que nome bonito esse de Conselho D-e-l-i-b-e-r-a-t-i-v-o.
Zé
aposentado estica a pronúncia do nome D-e-l-i-b-e-r-a-t-i-v-o
Seu
Ajuda – O nome não é apenas bonito e sim é muito importante. Deliberar é
decidir, é resolver, é considerar. Dou um exemplo. Você tem que decidir se vai,
ou não, visitar os lençóis maranhenses. Sua neta se formou em turismo e a
família quer festejar isso.
Zé aposentado – Lençóis maranhenses são aquelas peças de enxoval bordadas à mão no Maranhão?
Seu
Ajuda – Deixa de fazer graça Zé. Me refiro àquelas dunas maravilhosas
que ficam a duas ou três centenas de
quilômetros da cidade de São Luiz, que já nos deu até um presidente do Brasil. No
meu exemplo, você vai ter que decidir se vai para os lençóis ou se vai para
Gramado, a terra do chocolate e do café colonial. Como é que você decidiria?
Zé aposentado – Eu não sou louco de decidir isso sozinho Seu Ajuda, apesar de saber que
acabo sempre fazendo aquilo que eu quero. Eu vou falar primeiro com a patroa, com
os filhos e filhas, como genros e noras. Eu vou convocar uma reunião da
família.
Seu
Ajuda – É isso, você vai convocar um (empostando a voz) Conselho Familiar. A palavra
Conselho (em inglês council) sugere
pessoas que se reúnem com uma finalidade. Há vários tipos de Conselhos. Na
Grécia Antiga havia o Conselho de Anciãos que se chamava gerúsia. Os 28
gerontes da gerúsia atuavam como uma espécie de tribunal. Tinham um poder
supremo.
Zé
aposentado – Como você sabe de coisas, Seu Ajuda! A palavra gerente parece
com geronte, não é?
Seu
Ajuda – Pode até ser. Conselho não uma é questão de idade. O sistema
FIRJAN tem o seu Conselho de Jovens
Empreendedores. Como eu disse, há vários tipos de Conselhos. No mundo dos
negócios, por exemplo, há o famoso Conselho de Administração.
Zé aposentado – Conselho de Administração é aquele órgão que parece
que está dormindo e quando nos damos conta anuncia decisões importantes que
podem mudar toda a nossa vida?
Seu
Ajuda – É esse mesmo. O importante é acompanhar a movimentação dos
Conselhos de Administração. Depois que ele tomam uma decisão, revertê-la pode custar
muito trabalho e dinheiro. O Poder é assim. Mas vamos voltar ao nosso Conselho
Familiar afim de ver se a sua família iria aos lençóis maranhenses ou ao café
colonial.
Zé aposentado – Por falar em café colonial, aceita mais um
amanteigadinho de Petrópolis, Seu Ajuda?
Seu
Ajuda e Zé aposentado comem um biscoitinho, bebem mais um cafezinho e a conversa continua animada. Quem
fala é Zé aposentado.
Zé aposentado – A reunião da família que você chamou de Conselho
Familiar, na nossa família não é uma bagunça. Toda reunião na minha família tem
regras ditadas pela tradição. Regra primeira: todos podem falar, os mais jovens
antes. Regra segunda: os assuntos mais importantes precisam ser votados. Os
votos meu e da Zefa, minha mulher que você conhece, têm peso maior. Pelas
regras do jogo, a gente nunca pode perder.
Seu
Ajuda – Nunca pode perder ?
Zé aposentado (num tom matreiro) – Não. Fomos nós que fizemos as
regras (risos). Elas seriam assim
como uma espécie de Estatuto de alguns lugares de que você fala (mais risos).
Seu
Ajuda – E o Estatuto nunca muda?
Zé aposentado – Muda.
Estatuto muda quando as circunstâncias mudam. O importante é não perder,
como diz aquele nosso ex-presidente lá de São Luiz, o Poder.
Seu
Ajuda – Como você consegue aprovar a mudança do que você chamou Estatuto
?
Zé aposentado (matreiro) – Sempre
com jeitinho. Aí que reside a arte de convencer.
Seu
Ajuda – Teve um administrador em Florença, na Itália da Renascença, que
chamava isso de virtu (virtude). Você
sabe quem foi ?
Zé aposentado – agora o Sr. me ofendeu Seu Ajuda, claro que sei,
mas ele não era de Florença. Eu acho que ele era de Brasília ...
Segue-se
um longo silêncio e ambos ficam pensativos. Quem
quebra primeiro o mal estar é Seu Ajuda.
Seu
Ajuda – Acho, Zé, que podemos
voltar ao tema das eleições para os Conselhos Deliberativos e Fiscal da Sistel.
E por falar em Estatuto, que é o documento organizacional de constituição e
funcionamento da Sistel, houve nele uma mudança recente aprovada devidamente
pela Previc.. .
Zé
aposentado – Eu não falei que
Estatuto muda. Qual foi a mudança?
Seu
Ajuda – Desde junho de 2017, o representante das patrocinadoras nos
Conselhos não precisa mais ter 1 ano de vínculo empregatício ou estatutário com
a patrocinadora que o indicar.
Zé aposentado – Isso é o
detalhe do detalhe. E quem é que mora nos detalhes?
Seu
Ajuda – Deixa de ser maldoso Zé. Deixa prá lá. Melhor é tratar das
eleições que escolhem os membros para os Conselhos Deliberativos e Fiscal da
Sistel que são órgãos estatutários.
Zé aposentado – Isso eu sei, né? Órgãos estatutários são aqueles
que o Estatuto “atualizado” diz que são..
Seu
Ajuda – Já que você é tão sabichão qual a composição do Conselho
Deliberativo da Sistel?
Zé aposentado – Chi! eu deveria saber, mas não me lembro.
Seu
Ajuda – É importante saber isso Zé.
São doze membros que compõem o Conselho Deliberativo. Oito membros representam
as patrocinadoras e quatro os participantes e assistidos.
Zé aposentado – Me explica isso melhor, Seu Ajuda.
Seu
Ajuda – Em termos rápidos. São oito representantes das antigas Telerj,
Telesp, etc... com nomes novos e quatro representantes dos aposentados e empregados, como eu e você.
Zé aposentado – Então as regras do jogo para aprovação das decisões
nesse Conselho Deliberativo é como na minha reunião de família, na qual eu e
Zefa sabemos que nunca iremos perder?
Seu
Ajuda – É um pouco isso Zé. São preciso sete votos afirmativos para
aprovar qualquer coisa no Conselho. As patrocinadoras, unidas como um quase
bloco, não têm possibilidade de perder e
podem ganhar mesmo que todos os representantes dos assistidos e empregados sejam contra.
Zé aposentado – Então nossos representantes, com quatro votos,
nunca vão impor ou deter nada que a turma dos oito votos não queira?
Seu
Ajuda – Não, vão. É um regrão básico. Falando bonito “a representatividade
dos assistidos no Conselho Deliberativo da Sistel é completamente assimétrica,
em favor das patrocinadoras”..
A
constatação deixa Zé Aposentado de garganta seca. Ele pede que a Zefa, que
esteve o tempo todo zanzando por ali e meio que de ouvido na conversa, que lhes
traga a garrafa de conhaque que o casal reserva para as grandes ocasiões. Todos
tomam um bom trago de conhaque e a
conversa vai adiante animada.
Zé aposentado – Então nossos representantes, com quatro votos,
nunca vão apitar nada? Para que ter eleição? Apenas para nosso representantes validarem
as decisões tomadas pelas patrocinadoras?
Seu
Ajuda – Vamos ser realistas, Zé. Se não tivéssemos nossos representantes
lá no Conselho, ainda que minoritários e não paritários, a situação seria mil
vezes pior. A começar que os assistidos não saberiam oficialmente, em primeira
mão, o que está sendo tramado em relação a nosso patrimônio. Na outra mão, o Conselho não saberia “ao vivo e a cores” o
que querem e como reagem os assistidos e empregados falando em nome de seus representantes.
Zé aposentado – Fiquei com uma dúvida Seu Ajuda. Qualquer um pode
ser candidato a representante dos participantes e dos assistidos no
Conselho Deliberativo da Sistel?
Seu
Ajuda – Cumpridas as exigências estatutárias, a rigor, sim. Cumpridas as
exigências, qualquer um pode ser, em tese, Presidente da República ou até mesmo
Papa. Mas é preciso ter certas
qualidades.
Zé aposentado – Que
qualidades são essas? Não ter sofrido condenação criminal transitada em
julgado?
Seu
Ajuda – É muito mais do que isso, Zé; Os assuntos de que tratam os
Conselhos Deliberativo e Fiscal da Fundação são complexos. É um belo
entrelaçado de temas financeiros, jurídicos, administrativos e de atuária,
dentre outros. Quem é conselheiro precisa ter um mínimo de pensar lógico e de
conhecimentos específicos de todos planos da Sistel para destrinchar tais assuntos.
Zé aposentado – Para não ser engolido pelos acontecimentos?
Seu
Ajuda – Sem dúvida, para não ser engolido pelos acontecimentos. Mas
precisa ainda ter outras qualidades. A Fundação Sistel, em termos simples, resume-se em duas coisas. Um montão de dinheiro e uma missão social importante. Os grandes
interesses sabem cooptar pessoas e essas pessoas chegam a esquecer sua missão
social.
Zé aposentado – Não precisa dizer mais nada Seu Ajuda. Exemplos disso,
pelos tempos que correm, não faltam. Mais alguma outra qualidade?
Seu
Ajuda – Ah! meu amigo são tantas .. Um conselheiro para representar os
assistidos e empregados tem que ser arguto. Tem que atender e não esquecer suas bases. Tem
que ser aguerrido. Tem que saber ser minoritário. Enfim, tem que ser político
... .
Zé aposentado (repetindo com ênfase) – Tem que ser político, mas Político com “P” maiúsculo e não com “p”
minúsculo, como encontrado em oportunistas.
Seu
Ajuda (filosofando)– A
situação perfeita não existe, Zé. O novo
mandato para os Conselhos Deliberativo e Fiscal irá de 20 de abril de 2018 até
20 de abril de 2021. Como dizem os italianos -- novamente eles -- Chi vivrà
vedrà. Quem viver, verá.
Fonte: Jornalista Fonseca (03/03/2018)
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