Entendimento do Tesouro é de que juros estão acima do limite estabelecido pelo Comitê de Garantias do órgão, negociações continuam; bancos querem taxa de 136% acima do CDI
Em reunião nesta terça-feira em Brasília, o Tesouro Nacional informou aos Correios que não dará aval a um empréstimo de R$ 20 bilhões caso as taxas de juros estejam acima de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A proposta dos bancos, segundo apurou o Estadão, foi de 136% do CDI. Ou seja, com essa taxa, a proposta está recusada e haverá nova rodada de negociação.
Esse teto é estabelecido pelo Comitê de Garantias do Tesouro, que avalia os juros para entes subnacionais (Estados e municípios). Esse mesmo teto será usado agora para uma empresa estatal. Para o casos dos Correios, há limite de 120% do CDI para empréstimos que não podem securitizados (a dívida ser revendida) e com prazos maiores do que 10 anos.
Com a Selic a 15%, um empréstimo de 120% do CDI teria taxa de juros de 18% ao ano. Os bancos, ao pediram 136% do CDI, queriam uma taxa de 20,4%. Para um empréstimo no valor de R$ 20 bilhões e prazo de 15 anos, qualquer ponto percentual a mais significa aumento de custo financeiro para a estatal e grande rentabilidade para os bancos.
No entendimento do Tesouro, os juros cobrados foram muito elevados para uma operação que tem garantias da União, o que foi visto como uma espécie de “abuso” por parte dos bancos. A informação já teria sido comunicada aos cinco bancos que fizeram a proposta: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.
Apesar de os Correios terem pressa na negociação, o fato de o presidente Emanuel Rondon ter vindo do Banco do Brasil, com carreira no setor bancário, ajudou no entendimento de que a taxa estava elevada, já que se trata de uma operação com garantia da União. A participação do Banco do Brasil na operação com juros altos causou desconforto em integrantes que participaram das negociações.
Fonte: Estadão (02/12/2025)
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