sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Fundos de Pensão: Fundações buscam gestão ativa em ações para aumentar rentabilidade


Os investidores institucionais se preparam para abraçar estratégias de investimentos de gestão mais ativa com aplicação em ativos alternativos, num momento em que buscam maiores retornos num período de taxas de juros persistentemente baixas.

Cerca de 25% dos maiores fundos mundiais de pensão, seguradoras e fundações pretendem aumentar a alocação em gestão ativa de ações, de acordo com sondagem da BlackRock entre 224 gestoras de ativos, responsáveis por US$ 7,4 trilhões.

Apenas 15% delas pretendem diminuir a exposição em favor de investimentos passivos, enquanto 60% não preveem qualquer mudança. Os resultados são um incentivo para as gestoras ativas de investimentos, cujo modelo tem sido criticado há anos por fundos passivos de custo mais baixo, referenciados a índices e que prometem retornos iguais ou melhores.

“Existe hoje um desejo muito mais forte de pelo menos abordar a questão do papel da gestão ativa de carteiras”, disse Edwin Conway, diretor mundial da divisão de clientes institucionais do BlackRock.

Conway disse que as avaliações com preços elevados das ações e a preocupação com a volatilidade estão fazendo com que algumas gestoras de ativos examinem os méritos do modelo tradicional de garimpo de ações.

A América Latina é a região que mais tende a se beneficiar do aumento dos fluxos de gestão ativa, o que reflete o interesse renovado pelos mercados emergentes e pela reforma econômica e a estabilidade nessa região, disse ele.

Mas os investidores, de modo geral, estão menos interessados em alocar recursos em ações. Mais de um terço deles pretende diminuir sua exposição aos mercados de capitais mundiais.

Mais de metade dos fundos de pensão corporativos disseram pretender se afastar das ações.

A cautela, além disso, dominou o início do ano. Do total de investidores, 65% pretendem manter inalteradas suas alocações de recursos atuais.

Mas também se prevê que o apetite dos investidores institucionais por ativos alternativos, que abrangem desde parques de geração de energia eólica até projetos de transportes, passando por private equity, será grande em vista das promessas de retornos mais polpudos.

Na sondagem, 70% dos gestores preveem elevar suas alocações para os assim chamados ativos reais, como projetos de infraestrutura e de energia, nos próximos doze meses, diz o BlackRock. Apenas 2% planejam diminuir a exposição.

Os imóveis também estão na moda: 42% dos investidores têm planos de aumentar suas alocações no setor imobiliário. Porcentagem semelhante deles pretende fazer o mesmo com suas posições em private equity.

A alocação média entre os investidores institucionais em diferentes categorias de ativos alternativos, como proporção do total dos ativos, permanece praticamente inalterada nos últimos três anos, mas o número de investidores que aplica dinheiro em produtos alternativos aumentou nesta sondagem.

O contingente de investidores institucionais com posições no mercado imobiliário cresceu de 4.954 para 6.018 entre 2015 e 2017, de acordo com a provedora de dados Preqin. O número dos que aplicam em private equity subiu de 5.615 para 6.308 no mesmo período.

A ABP, o fundo de investimentos do funcionalismo público holandês, com € 405 bilhões em ativos, saiu na frente na busca por alvos renováveis, ao investir em projetos de captação de energia solar nos Estados Unidos e em um parque eólico sueco.

Nesta semana, o Canada Pension Plan Investment Board, gestor de 328 bilhões de dólares canadenses (US$ 264 bilhões), informou que está canalizando uma quantia de 350 milhões de libras esterlinas para um programa de imóveis construídos para locação no Reino Unido, ao lado do grupo de infraestrutura Lendlease, da Austrália.

São as seguradoras as que pretendem fazer a mudança mais drástica para alvos alternativos, ao reduzir sua ênfase tradicional em ativos de renda fixa. Entre as seguradoras, 72% planejam aumentar suas alocações em ativos reais, enquanto 50% desejam elevar sua exposição a imóveis. “Elas procuram maior diversificação”, disse Conway.

Fonte: Valor (19/01/2018)

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