segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Fundos de Pensão: A socialização dos prejuízos e os planos de benefício dedinido (BD) das estatais, que já acabaram
O debate que transcorre em torno da reforma da Previdência, em que emerge o tratamento privilegiado de que usufruem o funcionalismo público como um todo e certas castas de servidores em especial, tem servido para destacar o fato de como grupos organizados conseguiram capturar áreas do Estado em benefício próprio. Um dos motivos de ser a brasileira uma sociedade muito desigual.
Há vários casos do mesmo tipo. Além deste, sobre benesses de aposentados da Justiça, do Ministério Público, do Legislativo, entre outros setores do serviço público, há os segurados de fundos de pensão de empresas estatais.
Hoje, enfrentam dificuldades. Mas não se pode esquecer a trajetória destes fundos, entre os quais se destacam os de funcionários da Petrobras (Petros), do Banco do Brasil (Previ) e da Caixa Econômica (Funcex). Segmento igualmente bastante privilegiado durante muito tempo, esses fundos, chamados no passado de “caixas de seguridade”, garantiram altas aposentadorias vitalícias. Uma impropriedade do ponto de vista técnico, atuarial, mas que além disso é garantido a funcionários públicos que recebem benefícios iguais ao último salário obtido na ativa, igualmente beneficiando-se dos reajustes concedidos à categoria. A norma vigorou até dezembro de 2003, garantindo-se o direito do funcionário que estava no serviço público até então.
Até as crises econômicas pós-ditadura militar, o regime destes fundos de pensão de estatais era basicamente de “beneficio definido” — a aposentadoria era pré-estabelecida. E se desequilíbrios houvesse, e passaram a ser frequentes à medida que a inflação subia, a empresa mantenedora cobria o rombo, e posteriormente o repassava ao Tesouro. Em artigos no GLOBO, Roberto Campos chamava a atenção que algumas estatais transferiam mais dinheiro para o fundo de seus funcionários do que pagavam dividendos ao seu acionista controlador, o Tesouro, em nome da União. Um caso evidente de captura de estatais por corporações de servidores.
A instabilidade econômica levou a que esses fundos estimulassem a adesão a planos de “contribuição definida”. Quer dizer, sabe-se quanto se recolhe ao plano de aposentadoria, mas seu valor só será conhecido quando o benefício for requerido. logo, hoje, parte dos empregados de estatais já corre um risco, como os assalariados do setor privado, que os funcionários mais antigos nunca correram.
Nesta evolução, há desencontro de contas, desavenças e disputas judiciais. A questão é que empregados mais jovens têm sido convocados a igualmente contribuir para o reequilíbrio do fundo de sua estatal. Sensato. Reclama-se que rombos foram causados por corrupção. Principalmente nos governos lulopetistas (vide petrolão). Neste caso, houve problemas sérios de governança, com falta de fiscalização dos próprios empregados. Além do mais, se representantes dos empregados não denunciaram equívocos na gestão do fundo devido a simpatias ideológicas com governantes, os contribuintes como um todo não podem ser forçados, por meio do Tesouro, a cobrir esses déficits.
Fonte: O Globo (15/01/2018)
Postado por
Joseph Haim
às
18:38:00
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fundos de pensão
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Tinha que ser do Globo a demonização das Entidades Fechadas de Previdência Complementar e dos Planos BD. No artigo omite-se que grandes multinacionais, tanto Europeias como Norte Americanas patrocinavam planos BD em Entidades Fechadas.
ResponderExcluirOs Planos CD são muito "tranquilo" de administrar, se o rendimento das aplicações não consegue manter o beneficio do Aposentado ou Pensionista o problema é exclusivo deles, a Patrocinadora e a Diretoria da EFPC não tem nenhum problema. O órgão de fiscalização SPC, atualmente PREVIC, não precisa preocupar-se em detectar eventuais problemas ou desmandos, pois todos os prejuízos são repassados automaticamente aos Participantes e Assistidos!
Este artigo é muito favorável aos Bancos (Entidades Abertas de Previdência Complementar)!