quinta-feira, 6 de outubro de 2016

TIC: Governo cria grupo de trabalho para buscar saída para crise da Oi. Nomeação de interventor pode ser saída para garantir continuidade dos serviços


O governo criou um grupo de trabalho para tentar tirar a Oi da recuperação judicial. Já está decidido, no entanto, que não dará mais dinheiro para a tele, que consumiu bilhões de bancos públicos e fundos de pensão. 
A criação do grupo foi uma decisão do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que comandou uma reunião nesta quarta-feira (5) com representantes do governo, entre eles, os presidentes da Caixa e do Banco do Brasil. 
A ideia é conseguir uma "saída de mercado" para a Oi, que está em recuperação judicial com uma dívida de R$ 65,4 bilhões. A maior parte desse valor está com credores estrangeiros.
 

O governo vive um conflito de interesses com a empresa. De um lado, é acionista via BNDES. De outro, credor, com dívidas de mais de R$ 10 bilhões em multas aplicadas pela Anatel. Também é controlador do Banco do Brasil e da Caixa, que têm R$ 6,2 bilhões a receber. 
A situação chegou ao Planalto porque BB e Caixa disseram haver um impasse com os atuais sócios da Oi. A Pharol, que representa acionistas da Portugal Telecom, não admite trocar a maior parte das dívidas da Oi por ações da companhia, para não abrir mão da sua participação. 
Por isso, os bancos travaram a negociação, afirmando que não dariam qualquer tipo de desconto na dívida.

O plano de recuperação apresentado à Justiça no Rio de Janeiro prevê descontos de até 70% nas dívidas, que serão transformadas em ações no prazo de três anos. Quem não aceitar vai esperar dez anos para começar a receber. 
Além disso, os dois bancos reclamam da disputa societária no meio dessa crise, envolvendo também o fundo do empresário Nelson Tanure, outro sócio da Oi. 
O governo quer garantir que a empresa continuará prestando serviço. Por isso, estuda nomear um interventor para a empresa caso a solução para a recuperação judicial não se resolva. 
Mais de 60% das conexões telefônicas do país -da Oi e de suas concorrentes- passam pela rede da empresa, o que coloca em risco o serviço de telefonia em todo o país. A companhia continua funcionando normalmente e gerando receita. Mas precisa de uma solução para sair logo dessa crise. 

Números da Oi no 2º. trimestre de 2016 
Faturamento: R$ 6,5 bi 
Ebitda: R$ 1,4 bi 
Prejuízo líquido: R$ 656 milhões 
Principais concorrentes: TIM, Vivo e Claro

Fonte: Folhapress (05/10/2016)

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