terça-feira, 2 de outubro de 2018

Planos CPqD: Comparativo exclusivo entre planos CPqDPrev e InovaPrev mostram defasagem acentuada entre rendimentos


No dia 3 de fevereiro de 2014 foi lançado oficialmente pela Sistel o plano InovaPrev, na modalidade CD (Contribuição Definida), com patrocínio da Fundação CPqD e suas empresas coligadas.

Com o lançamento deste plano, seu antecessor, o CPqDPrev, na modalidade CV (Contribuição Variável), foi imediatamente fechado a novos ingressantes.
Naquela ocasião 885 participantes ativos e 12 assistidos, suficientemente informados, optaram por migrar do CPqDPrev ao InovaPrev, mesmo conscientes que o novo plano não possuía benefícios vitalícios e que esses eram apenas vinculados a uma conta individual, com prazo para se esgotar após seu início de utilização. Hoje o InovaPrev pouco cresceu, contando com 921 participantes e 32 assistidos.

A diferença fundamental entre os dois planos reside na fase de gozo do benefício (aposentadoria), onde no CPqDPrev o valor deste benefício, na data de sua solicitação, é fixado, definido (como nos antigos planos PBS) e reajustado anualmente pelo INPC, independente de valorização futura das cotas do plano e calculado somente em função de sua reserva individual e de forma vitalícia. Na eventualidade de déficit no plano (nunca ainda ocorrido), as patrocinadoras do CPqDPrev e os participantes ativos deveriam arcar com esse e, dependendo da situação de ingresso neste plano, alguns participantes assistidos também.
Já no InovaPrev a fase de participante ativo é idêntica ao do CPqDPrev (a menos da escolha do perfil de investimento do participante ativo que, apesar de prometido no seu lançamento, nunca chegou a ser implantado pela Sistel), no que se refere a fase de acumulação cotas do plano, tanto as provenientes de contribuições da patrocinadora, como as do participante, enquanto que na fase de gozo do benefício (que não é mais definido, mas variável em função do valor das cotas do plano), o total de cotas acumuladas em conta individual tem seu início de percepção dado através das opções do assistido, Prazo ou Valor determinado de uso das cotas, sem qualquer risco de superávits ou déficits no plano com possíveis coberturas por parte da patrocinadora, até que as cotas da conta individual se esgotem, independentemente de quantos anos o assistido viverá.

Desde a implantação do InovaPrev e devido ao perfil desses participantes (plano aberto a novos entrantes e sempre mais jovens) e a aceitação de possíveis riscos (assumidos exclusivamente pelos participantes), era previsto que os investimentos deste plano trariam melhor rentabilidade que do CPqDPrev. Porem não é isso que vimos nos últimos anos, principalmente nos últimos meses em que o rendimento do InovaPrev não tem alcançado nem mesmo sua meta atuarial (INPC + 4,38% aa). Neste ano, até agosto, o rendimento do InovaPrev foi de 4,8% enquanto a meta atuarial de todos planos previdenciários da Sistel neste período foi de 5,8%. 
Somente para efeito de comparação, no mesmo período acima, o CPqDPrev teve um rendimento de 7,4%, superior a 2,5% do InovaPrev, o que não é desprezível.

Se tomarmos em consideração o período de 4,5 anos, desde o lançamento do InovaPrev até o final de agosto deste ano, observamos que o CPqDPrev rendeu 65,05%, enquanto o InovaPrev rendeu 57,05%, ou seja, o rendimento do CPqDPrev ficou  5,1% acima (8 pontos percentuais a mais) do InovaPrev, uma diferença superior a todo rendimento obtido pelo InovaPrev neste ano.

Não é a toa que vários dos 28 aposentados do InovaPrev estão acelerando sua saída do plano através da solicitação de benefícios em cotas cada vez mais próximos ao limite permitido, como forma de limpar suas reservas do plano o mais breve possível. 
Desta forma cria-se um perigoso ciclo vicioso em que quanto maior as solicitações no valor do benefício, menor o volume de reservas remanescentes a investir e menor as chances de obter-se melhores rendimentos a longo prazo.

Apenas mais uma constatação daquilo que vimos defendendo neste blog desde o lançamento do InovaPrev em fevereiro de 2014, de que os novos planos de previdência fechada na modalidade Contribuição Definida - CD (contribuição individual define o benefício em cotas a receber no futuro, sempre de valor variável em função das cotas e consequentemente da situação econômica do país), independentemente da entidade que os gerencie, são sempre bons para as patrocinadoras e não tão bons aos participantes, pelo menos até que a economia volte a sorrir.


2 comentários:

  1. Não vejo motivos para o InovaPrev retornar rentabilidade tão baixa e distinta dos outros planos da Sistel. Será que querem acabar com o plano?

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    1. Espero que não. Mesmo não havendo risco algum para os patrocinadores do plano CD InovaPrev, essas empresas necessitam contribuir mensalmente com algo entorno a R$ 400 mil no plano para seus 921 empregados e participantes do plano.

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