quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Meu Bolso: 10 dicas para organizar a vida financeira no Ano Novo



Se lidar melhor com o dinheiro está nos planos para 2020, veja como transformar as promessas em realidade

O Ano Novo chegou e, com ele, costumam vir planos. Os clássicos são aqueles de ter mais dinheiro e cuidar melhor da saúde. “Ah, agora vai ser diferente”, costumamos dizer a nós mesmos. O problema é que nem sempre sabemos colocar em prática nossas promessas. E aí muitos projetos acabam abandonados no meio do caminho. Mas com passos simples é possível aumentar (e muito) as chances de chegar vitorioso a dezembro de 2020.

Não estamos falando de simpatia, nem emprego novo, muito menos de um jeito de ganhar na Mega-Sena. Trata-se de planejamento financeiro e revisão das suas contas.

Resumo da matéria:

  1. Faça uma retrospectiva de renda e gastos de 2019.
  2. Some e subtraia suas contas. Anote a previsão do quanto você recebe e quanto deve gastar todo mês.
  3. Ainda não tem uma reserva de emergência? Este é o ano para tirar nota 10 em educação financeira e começar a sua. E se tem, mas está magrinha, aproveite para engordá-la.
  4. Elabore planos e metas, sempre tendo em mente um valor mínimo para investir.
  5. Cuidado com o crédito! Evite parcelamentos demais que engessem seu orçamento.
  6. Planeje os gastos que trazem satisfação, como férias, aniversários, feriados.
  7. Viva a realidade que a sua renda permite. Troque gastos desnecessários pela chance de tornar suas promessas realidade.
  8. Revise as metas ao longo do ano. Celebre as conquistas e faça ajustes a partir de erros. Não perca o foco com o passar dos meses.
  9. Adiante o imposto de renda e receba sua restituição mais cedo
  10. Se tudo der certo, você vai poder usar o 13º salário para ter um 2021 ainda melhor que 2020

1) Passado e futuro: olhe as receitas e despesas de 2019
“Saúde e paz, o resto a gente corre atrás”, dizem. Só que para correr atrás do dinheiro, você deve conhecer o caminho dele. Por isso, a primeira dica é bem básica. Faça uma tabela ou lista de tudo que entrou e saiu da sua conta. Pode ser no Excel ou num caderninho.

Tente responder às seguintes perguntas:

  • Quanto eu ganhei por mês? E por ano?
  • Quanto gastei com alimentação? E com lazer? Com saúde? Com educação? Com transporte?

A educadora financeira e consultora Renatta Gomes defende que saber essas respostas é essencial para começar bem o ano. “Se você não tem uma visão clara de quanto recebe e quanto gasta a cada mês, você não vai conseguir organizar as suas contas e fazer um planejamento financeiro verdadeiramente eficiente”, afirma.

Para a planejadora financeira Luciana Ikedo, é importante olhar para trás e fazer um balanços dos erros e acertos do ano anterior. Assim, você pode repetir o que deu certo e fugir do que saiu pelo cano. “É uma excelente ferramenta para, não só refletir como foi o ano, quais os erros e acertos em relação ao dinheiro, mas também para entender aonde você quer ir, o que quer conquistar”, pontua.

2) Organize as contas
Luciana também destaca que um bom planejamento financeiro inclui separar as contas fixas (água, luz, telefone, escola, plano de saúde) das contas que variam (cartão de crédito, lazer, remédios). Assim fica mais fácil visualizar o quanto do seu orçamento já está comprometido no ano.

"Sabendo qual será o seu saldo positivo, fica muito mais fácil de provisionar o que cabe dentro daquele montante. Anote gastos fixos como aluguel ou prestações já existentes, mensalidade de escolas, cursos, impostos obrigatórios etc. Acompanhar mensalmente essa lista também é importante para garantir que o planejamento está sendo seguido”, diz.

Planeje suas compras recorrentes. Aproveite promoções e, claro, fique de olho na nossa editoria "Organize as contas" para ficar ligado nas dicas o ano todo.

3) Mantenha-se seguro
Um dos erros mais comuns em finanças pessoais é ignorar a reserva de emergência. É a melhor saída para não precisar recorrer aos bancos, empréstimos e evitar pagar juros.
“É aconselhável também separar pelo menos 5% do que você ganha por mês para formar uma reserva de emergência. Esse valor servirá para estar preparado não apenas para coisas grandes, mas também diversas pequenas eventualidades que poderão surgir no decorrer do ano. O ideal é formar uma reserva de emergência de 3 a 6 meses o valor de salário mensal”, afirma a educadora financeira e consultora Renatta Gomes.
A reserva existe para imprevistos. Coisas que o orçamento comum, certinho, não consegue abarcar. Se seu carro quebrar ou você adoecer, tem a reserva ali à mão. Sempre lembre de tentar repor, pouco a pouco, o que foi sacado desse colchão. E nada de poupança, veja onde aplicar essa grana.

4) Trace metas de investimento
Chegou a hora de sonhar. Saiba exatamente o que você deseja conquistar no ano novo. Quanto você quer ter de dinheiro neste mesmo dia do ano que vem? Já estipule um valor ou percentual para guardar/investir.

“Após avaliar minuciosamente seu orçamento, estabeleça um percentual de sua renda que você poupará todo mês. A partir disso, não deixe o seu dinheiro sem rendimento. Avalie bem as possibilidades de investimento que você tem e coloque essa quantia para render”, afirma a consultora Renatta Gomes.

Planeje esse investimento como se fosse um pagamento fixo para você mesmo. Mas sempre algo que não vai sufocar ou comprometer contas básicas. Dentro de um limite confortável. O que vier a mais será lucro.
“Tornar o investimento uma prioridade é essencial para que seja possível evitar o endividamento de curto prazo, como limite do cheque especial ou parcelamento da fatura do cartão de crédito, que são os mais caros do mercado”, pontua a planejadora Luciana Ikedo.
5) Use o crédito com parcimônia
O crédito tem seu lado positivo, mas às vezes sair parcelando tudo e abusando desse recurso pode fazer com que você perca a linha. Especialistas explicam que o crédito, principalmente o pré-aprovado (cartão de crédito e cheque especial) criam uma ilusão de que se tem dinheiro, quando na verdade não se tem.

“Analise se os juros cobrados pelo seu banco, assim como as taxas administrativas e tarifas, estão razoáveis ou não e se o seu cartão de crédito te oferece algum benefício que o faça valer a pena. Evite ao máximo utilizar meios de parcelamento”, afirma Renatta.

Avalie o quanto você paga de anuidade no cartão de crédito e se os benefícios realmente valem a pena. Considere trocar o cartão por outro que não cobre anuidade. Os parcelamentos podem comprometer muito o orçamento. Por isso, devem ser bem planejados.

“Repense a utilização de carnês de loja, cartões de crédito ou até mesmo empréstimos bancários”, reforça a planejadora financeira Luciana Ikedo.

6) Planeje férias e gastos com coisas boas
Poupar é bom, mas gastar também é preciso. O importante é saber fazer isso de modo eficiente. Segundo a educadora financeira Renatta Gomes, o ideal é marcar no calendário os feriados e férias para definir em quais deles haverá gastos.

Depois, determine um valor máximo para cada uma dessas ocasiões. Às vezes é o aniversário do filho, o Natal em família ou só um feriadão na praia. O que quer que seja, junte um dinheiro só para aquilo.
“Se a intenção for fazer uma viagem, já se prepare financeiramente e crie um “caixa” para bancar os custos. Quanto mais cedo isso for feito mais barato tudo ficará, gerando uma economia que aliviará seu orçamento”, avalia Renatta.
Se você tem uma data fechada para tirar o dinheiro, talvez o melhor seja deixar boa parte dele na renda fixa. Assim, você conseguirá prever mais ou menos o quanto terá até aquele dia. Você pode juntar essa grana em aplicações de curto ou médio prazo, como um CDB, LCI, Tesouro Selic ou nas carteiras digitais como Nubank, PicPay, C6 e Banco Inter.

7) Alinhe seu estilo de vida aos seus objetivos
O que você está disposto a abrir mão para conquistar seus objetivos financeiros? Às vezes, vai ser preciso reduzir a frequência com que você sai para comer fora, repensar os gastos com vestuário ou aquela necessidade de sempre ter tudo “novo”.

Um exemplo é seu carro, que pode estar muito além da sua renda, em termos de consumo e manutenção. Ou de repente, o uso de Uber e táxi possa ser trocado por mais passagens de transporte público. Quem mora de aluguel também deve colocar na ponta do lápis os custos no bairro, com transporte e condomínio.
“Para evitar ficar endividado e passar por apuros na sua vida financeira, planejar suas finanças e adaptar o seu padrão de vida à sua realidade financeira é primordial. Procure sempre alternativas para reduzir despesas e conseguir viver de forma mais confortável e próspera”, afirma Renatta.
Início de ano é um bom momento para refletir sobre os gastos, o estilo de vida e os custos para manter determinados luxos. Comece revisando seus planos de celular e de TV a cabo (você usa mesmo todos aqueles canais?).

Diversão pode vir mesmo que haja corte de despesas. Há inclusive hobbies que podem te ajudar com isso, como cozinhar em casa, chamar amigos para noite de jogos, dar um passeio no parque em vez de olhar vitrine no shopping. São pequenas mudanças que podem fazer uma diferença grande no fim de cada mês.

8) Reveja as metas para manter o foco
Por mais que a gente fale de planejamento, a vida é cheia de coisas inesperadas. Às vezes aquilo que você achou que dava para fazer em janeiro se mostra impossível em março. Para a especialista em educação financeira Rebaca Toyama, algumas metas precisam ser avaliadas.

“Revisite suas expectativas, reduzindo seu grau de ansiedade. Tentar reorganizar suas propostas, dividindo em tarefas semanais ou mensais com precisão: dedicar um número de horas a determinadas atividades, conseguir poupar um valor definido de recursos, com foco”, sugere.

Para evitar que a empolgação definhe ao longo do ano, ela defende que você consulte periodicamente os objetivos propostos. “Esteja sempre atento, fazendo um acompanhamento diário ou mesmo mensal. Use um aplicativo, planilha ou lembrete para ajudar nesta tarefa”, diz.

A consultora Renatta Gomes reforça que todo início de mês é hora de revisar as metas. “No primeiro dia de cada mês, retome tudo aquilo que você planejou anteriormente e faça uma análise. Tire esse momento para avaliar seus erros e acertos, corrija o que for necessário e redefina algumas metas para tentar terminar o ano no azul. Encare sempre o começar de todo mês como um novo início de ano”, recomenda.

9) Cuide do Imposto de Renda
“Preocupe-se desde o início do ano em reunir todos os documentos para prestar suas contas com o fisco. Procure fazer um planejamento tributário, determinando uma previsão de qual será o valor a ser pago, se houver algo a mais que você tenha que recolher. Também envie a sua declaração o mais cedo possível, pois no caso de restituição de imposto você será ressarcido antes”, conselha Renatta.

Adiantar a declaração que geralmente começa no fim de fevereiro/começo de março e vai até abril tem suas vantagens. Por exemplo, se tiver algum erro na declaração, você ainda pode retificar e evitar de cair em cheio na malha fina, o que pode gerar até multa. Mas deixar para o final também pode trazer um bônus para quem não tem pressa de receber a restituição. A repórter Weruska Goeking explica.

10) Antecipe gastos com seu 13º salário
Tudo bem, no ano (2019) não deu. Você acabou usando o 13º salário para pagar contas, cartão, ou até comprar presentinhos de Natal na Black Friday (quem nunca?). Agora que passou, que tal colocar na lista de metas usá-lo para começar o ano seguinte mais desafogado?

Começo de ano é sempre cheio de gastos. Mas eles podem ser aliviados com o 13º salário. Dá pra usar um tiquinho para pagar o material escolar da criançada, quem sabe o IPVA, o IPTU, ou até dar um adiantamento em algum empréstimo e evitar mais juros. Ah, a viagem do Carnaval não entra aqui, já discutimos dois itens acima sobre a importância de planejar os gastos com coisas boas.

“O ideal é já chegar neste mesmo momento de 2020 com uma reserva financeira boa do ano que passou”, afirma Renatta. Se você chegar ao fim do próximo ano com um dinheirinho sobrando, significa que vai entrar em 2021 em condições melhores. E, portanto, vai poder usar o salário ou aposentadoria para adiantar compromissos e evitar perrengues. Este ponto mostra que você deve ter conseguido se não todas as metas, pelo menos uma delas: ter mais grana que no ano anterior. Já terá sido um bom começo para uma vida financeira mais tranquila e planejada.

Fonte: Valor Investe (31/12/2019)

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