sexta-feira, 18 de junho de 2021

Comportamento: Saiba como proteger os dados bancários que estão no seu celular

 


Recentemente, quadrilhas se especializaram em furtar aparelhos telefônicos e, a partir deles, 'saquear' as contas dos usuários; veja como você pode se defender

Qual foi a última vez que você foi a um banco para fazer alguma transação financeira? Muitas pessoas, especialmente as mais jovens, podem nem se lembrar. Inclusive, uma pesquisa da Oliver Wyman mostrou que o Brasil ficou em segundo lugar entre os países onde mais pessoas começaram a fazer transações on-line durante a pandemia. Se por um lado toda essa facilidade é positiva, por outro é preciso estar atento: existem quadrilhas especializadas em roubar celulares a fim de "saquear" as contas bancárias de seus donos. Mas afinal, como se proteger?

O Valor Investe conversou com especialistas em cibersegurança que listaram algumas coisas fundamentais que devem ser feitas para se proteger e ao menos dificultar a ação de criminosos. Eles explicam que mesmo que o usuário mantenha aquele celular protegido com mecanismos como biometria, reconhecimento facial ou senha, muitas quadrilhas se especializaram em burlar esses sistemas de proteção e conseguir acessar o aparelho. Portanto, as dicas para se proteger incluem desde o bloqueio daquele celular com cuidados nas escolhas e armazenamentos de senhas. Confira!

Bloquear o IMEI

Uma das estratégias mais comuns de proteção, segundo especialistas, é fazer o bloqueio do IMEI do celular. O IMEI é como se fosse o número da "carteira de identidade" do aparelho. Ao bloqueá-lo, o usuário impede que um chip instalado naquele aparelho tenha uma linha de telefone ou internet daquela operadora que funcione ali.

Encontrar o número do IMEI de um aparelho não é uma tarefa complicada: basta que o usuário entre na tela de ligação e digite *#06#. Imediatamente, irá aparecer uma tela com as informações daquele dispositivo, incluindo o número de IMEI. O usuário, então, deve anotar aquele código em algum lugar seguro.

Não é incomum, no entanto, que muita gente só descubra que é possível bloquear o aparelho por meio do IMEI após o roubo. Mas calma! Também é possível achar o código estando sem o celular. No caso dos aparelhos com sistema operacional Android, o usuário deve acessar o serviço "Encontre meu dispositivo", por meio do site do Google, e clicar no ícone "I" ao lado do nome do celular. Para quem tem celulares com sistema iOS, o serviço chama-se "Buscar meu iPhone" e pode ser encontrado no site da Apple. No menu "Dispositivo" basta clicar no ícone do celular perdido que o número de IMEI será exibido.

O problema dessa tática é que ao se conectar em uma rede Wi-Fi, os criminosos ainda podem ter acesso novamente àquele aparelho, segundo Fábio Assolini, analista de segurança da empresa de softwares Kasperky.

Segundo Fernando Capez, diretor-executivo do Procon, também existem quadrilhas que conseguem reverter esse bloqueio. Portanto, a ação deve ser complementada com outros cuidados.

Formatar o aparelho à distância

Uma segunda opção para impedir que os criminosos tenham acesso ao aparelho (e aos dados presentes nele) após um roubo ou furto é formatar o aparelho à distância.

"O chamado 'wipe remoto' é um comando para formatar o seu aparelho remotamente. Muitos não o fazem porque têm esperança de ter de volta o aparelho. Mas se você der esse comando rapidamente, o aparelho é imediatamente formatado se estiver ligado e conectado a uma rede. Se não estiver, assim que ele se conectar, não importa a rede, ele é formatado", afirma Assolini.

O comando pode ser feito por meio do site do iCloud, sistema de armazenamento dos usuários de aparelhos Apple, ou por meio de softwares de antivírus no caso de aparelhos Android.

Assolini destaca que formatar o aparelho é mais seguro do que apenas bloqueá-lo. Isso porque muitos hackers conseguem desbloquear smartphones facilmente e, assim, ter acesso a todos os dados presentes nele. Já ao formatar o dispositivo, tudo que estava nele será automaticamente apagado. Mas fique tranquilo! Se você salvou suas fotos em algum sistema de armazenamento em nuvem (ou seja, na internet), você não terá grandes problemas.

Senha no chip

Uma outra dica muito importante é colocar uma senha no seu chip, que é diferente daquela senha que você usa para desbloquear o seu aparelho. Segundo Fábio Assolini, analista da Kaspersky, isso faz com que os criminosos não consigam acessar o seu chip de outro aparelho.

Esse passo é importante, segundo o analista, porque muitos bancos usam SMS e ligações como mecanismos de recuperação de senha. Portanto, se aquele criminoso usar seu chip em outro aparelho, ele pode conseguir acesso às suas contas bancárias usando o recurso do "Esqueci minha senha".

Pare de usar as mesmas senhas!

Você usa a mesma senha pra tudo? Porque ela é mais fácil de lembrar? Então pare com isso agora mesmo! Isso porque muitos aparelhos têm dentro de seus menus de configurações uma aba chamada "Senhas". E, acredite, dentro dessa seção estão salvas (e visíveis) todas as senhas que aquele usuário armazenou no aparelho (inclusive as antigas que já foram trocadas!).

Embora as senhas de bancos, corretoras e fintechs não fiquem salvas, os hackers podem verificar quais são os códigos mais usados pelos usuários e "testá-los" nos aplicativos dos bancos. Então, é importante usar senhas diferentes em contas bancárias.

Outra dica é deixar o menor número de senhas possível salva direto no aparelho. Sim, é chato ter que ficar preenchendo os campos na hora de fazer o login em tudo, mas é pela sua segurança.

Cartão de crédito salvo? Nem pensar!

Falando na preguiça de preencher sempre os mesmos dados, muita gente deixa o número do cartão de crédito salvo no aparelho ou em sites de lojas e e-commerces. Para a compra ser validada, porém, é preciso que o cliente insira o "código de segurança" do cartão; Isso faz com que muitas pessoas se sintam confortáveis em deixar o número daquele cartão salvo, mas isso não é seguro.

O ideal é que, sim, você preencha o número do cartão de crédito a cada compra que você for fazer on-line. A parte boa é que a preguiça de preencher tudo pode te levar a desistir de uma compra por impulso.

Outra ideia interessante, segundo Fabio Assolini, é gerar um cartão virtual para cada compra feita. Esses cartões podem ser gerados dentro do próprio aplicativo do banco e são "temporários". Ou seja, após a compra, eles já ficam inativos.

E-mail alternativo de recuperação

Outra dica simples de ser seguida é o uso de um e-mail alternativo para a recuperação de senhas nos bancos.

Por exemplo: se o cliente usa seu e-mail principal como mecanismo para recuperar a conta, o criminoso pode simplesmente acionar o "esqueci minha senha", receber um e-mail de recuperação naquele mesmo aparelho roubado e, assim, mudar a senha e ter acesso à conta daquele cliente. Se o e-mail de recuperação é outro endereço, não cadastrado no celular, isso dificulta essa ação.

Fonte: Valor Investe (17/06/2021)

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