segunda-feira, 7 de junho de 2021

Meu Bolso: Com dólar na mínima do ano, é hora de comprar para viajar no pós-pandemia?

 


Moeda americana fechou o mês de maio em queda de 3,81% e se aproxima dos R$ 5 após bater os R$ 6 durante a crise do coronavírus

O dólar comercial atingiu o menor patamar em 2021 na sexta-feira, encerrando o dia cotado a R$ 5,03. Já o dólar turismo, que é aquele vendido para pessoa física por bancos e em casas de câmbio, ainda segue na faixa dos R$ 5,20. Ainda assim, já é um avanço considerando que a moeda passou dos R$ 6 no câmbio turismo em março.

Sempre que o preço da moeda americana começa a cair, surge a dúvida? Vai cair mais ou já é hora de comprar? Mesmo que a pandemia ainda esteja aí para impedir os sonhos de viajantes, a expectativa é que ela passe (em algum momento) e o brasileiro volte a ganhar o mundo quando isso acontecer.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Valor Investe, há uma tendência de maior queda do dólar, sim. Mas há também, claro, o risco de que as coisas azedem e ele volte a subir. Portanto a dica é: compra, sim, um pouco, mas não tudo. E espera para ver.

"Para quem tem algum compromisso em dólar, viagem ou compra, vale a pena aproveitar a queda para comprar. O dólar está com volatilidade alta, desceu rápido, mas um dia desses estava a mais de R$ 6. Então, considerando essa imprevisibilidade, vale a pena para honrar com obrigações de alguma despesa que tenha a vista", diz sócio e economista da VLG Investimentos, Leonardo Milane.

Somente no mês de maio, a queda acumulada do dólar foi de 3,81%, numa curva acentuada para baixo. Este resultado, que pode ser apenas passageiro, já justificaria pelo menos uma "compra média" da moeda estrangeira para os planos de viagem no pós-pandemia.

Dólar turismo X dólar comercial: por que você paga mais caro?

"Se olharmos o último Boletim Focus, o dólar já está bem próximo do que poderia chegar ao fim do ano e do patamar para o ano que vem. Se a pessoa precisa ir viajar ou pensa em fazer uma reserva cambial para viajar, vale muito a pena. Dificilmente, por motivos fundamentalistas, o dólar vai baixar muito mais. Se o dólar já está próximo ao preço que o mercado estima para o fim do ano, eu aproveitaria para que as coisas não se inversão disso e eu não perder essa oportunidade de alocação", avalia Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.

Diante das expectativas atuais, a tendência do dólar é cair para abaixo da casa dos R$ 5, segundo o Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. No entanto, segundo ele, quem já tem planos de viagem deve garantir uma parte do valor da viagem para minimizar riscos no caso de alta.

"A dica é programar o fluxo e fazer as compras conforme aparecem essas janelas de oportunidade, como vemos agora. Deixar para comprar o dólar muito próximo da viagem, é um risco e pode prejudicar o planejamento financeiro. Creio que ainda tenha pontos de volatilidade, voltando para os R$ 5,20 de repente, mas a tendência é de queda", afirma.

Velloni acrescenta que também é importante travar o preço do dólar na hora de reservar passagens, hotéis e alugueis de carro, por exemplo. O momento em que o turismo ainda está morno, mas o dólar cai, pode ser o ideal para cortar custos no restante do planejamento, que vai além da compra de moeda estrangeira.

De acordo com Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, a festa do dólar faz parte de um cenário favorável, fruto dos resultados de medidas fortes de isolamento que começaram em março, indicadores como o PIB, que vieram acima da expectativa, e bons dados de arrecadação e de balança comercial.

"Tudo isso contribui para um ambiente positivo. É um bom momento para tirar proveito da situação. Se o cenário se mantiver, há espaço para o dólar cair mais. Mas temos que levar em consideração riscos, como as reformas que podem não ser aprovadas, junto com o risco de uma terceira onda de covid-19, que vai se esvaindo mas segue na espreita, o que exigiria mais auxílio emergencial e piora da situação fiscal", afirma Beyruti.

Segundo ele, a crise hídrica também pode gerar uma onda de aversão ao risco que pode pressionar o real. Depois da onda de otimismo vista em maio, recomenda ele, garanta uma parte do dólar em cotação reduzida para fazer uma média de preço caso as coisas não saiam como o esperado nas novas projeções.

Fonte: Valor Investe (07/06/2021)

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