terça-feira, 27 de março de 2012

Fundos de Pensão: Perfil de investimentos muda com queda de juros


Os investimentos preferidos dos fundos de pensão 
Pesquisa mostra maior disposição para comprar títulos públicos indexados à inflação, papéis de crédito privado e ações ligadas ao mercado interno 
Uma pesquisa da consultoria Mercer que entrevistou 45 gestores de recursos dos fundos de pensão no Brasil mostra que aumentou a disposição para investimentos de risco um pouco mais elevado, tanto em bolsa quanto no mercado de renda fixa. O grande catalisador dessa mudança foi a queda dos juros reais no Brasil, que, no entender dos gestores, veio para ficar. 
A migração dos investimentos deve ser percebida principalmente no mercado de renda fixa. Boa parte dos fundos de pensão brasileiros precisa obter uma rentabilidade equivalente a um índice de inflação (IPCA, INPC ou IGP-M) mais 6% ao ano para conseguir pagar as aposentadorias de todos os contribuintes nas próximas décadas. 
Só que houve uma sensível mudança na expectativa para os juros reais no futuro próximo. De acordo com a pesquisa, 61% dos gestores consultados acham que o juro nominal será inferior a um dígito nos próximos três anos e 57% acreditam que os juros reais podem ficar abaixo de 5% pelos próximos cinco anos. 
“Até 2011, a expectativa de juro real era superior a 6%”, diz Wagner Kladt, consultor sênior de Investimentos da Mercer. “Pode parecer só uma pequena diferença em relação ao cenário atual, mas a verdade é que a vida ficou bem mais difícil para os fundos de pensão. Quem quiser cumprir as metas terá de elevar o valor das contribuições, algo bastante impopular, ou correr mais risco para obter retornos maiores com os investimentos.” 
Neste primeiro momento, a principal mudança que já começa a ser observada é a migração dos investimentos de títulos públicos de curto para o longo prazo. Os gestores estão trocando papéis indexados à Selic (LFT) ou títulos curtos por outros que pagam inflação mais juros (NTN-B) com vencimentos até em 2050. “As NTN-B fazem muito sentido para fundos de pensão porque garantem que o contribuinte terá um ganho acima da inflação para seus investimentos até se aposentar”, diz Kladt. 
Outro movimento que já começa a ser percebido nas carteiras dos fundos de pensão é o aumento dos títulos de crédito privado. Devido à característica dos investimentos em fundos de pensão, que visam garantir recursos para as aposentadorias dos contribuintes, a migração para o crédito privado tem sido feita de maneira bastante cautelosa. Os papéis preferidos desses fundos ainda são debêntures de empresas de energia e CDB de bancos de primeira linha – que costumam pagar um pequeno prêmio sobre os títulos públicos, mas são considerados pouco arriscados. 
Fonte: Exame.Com (27/03/2012)

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